A Sadia agoniza
Entre rumores de fusão, Sadia deve reportar prejuízo bilionário no quarto trimestre
A temporada de resultados continua nesta sexta-feira (27) com a divulgação dos números de uma das empresas que mais apareceu no noticiário corporativo recente. Por conta dos rumores de fusão com sua principal concorrente no mercado, é grande a expectativa pelo balanço da Sadia (SDIA4) referente ao quarto trimestre de 2008.
Na leitura dos analistas da Brascan Corretora, o resultado - que será anunciado pela empresa após o fechamento do pregão - ainda deverá mostrar um crescimento das vendas. Apesar da piora do cenário externo, eles acreditam que o saldo será compensado pela depreciação do real e pelo bom desempenho das vendas da companhia no mercado interno.
No entanto, a instituição ressalta que a Sadia voltará a apresentar grandes perdas financeiras com derivativos no quarto trimestre, levando a empresa a um forte prejuízo. "Acreditamos que o foco deste resultado será no valor efetivamente anunciado pela companhia com as perdas de derivativos", opina a corretora.
Prejuízo de R$ 2 bilhões no trimestre
Os analistas também lembram que, em função da nova Lei das S.A., a empresa terá que avaliar suas aplicações em instrumentos financeiros e valor de mercado já nas demonstrações do último trimestre, "o que resultará na antecipação de grande parte da despesa financeira que nós esperávamos para 2009."
Desta forma, apesar de prever uma receita líquida de R$ 2,914 bilhões para o período, o que representa um crescimento de 13,8% em relação ao quarto trimestre de 2007, a equipe da Brascan projeta um prejuízo líquido de R$ 2,0 bilhões para a Sadia nos últimos três meses do ano passado.
Paralelamente, as margens da companhia deverão ficar abaixo das registradas no último trimestre de 2007. O principal motivo, segundo a corretora, é a grande quantidade de estoques com preços ainda elevados de grãos em função das compras realizadas pela empresa no primeiro semestre de 2008.
Confira as projeções da Brascan para o resultado da Sadia:
Na leitura dos analistas da Brascan Corretora, o resultado - que será anunciado pela empresa após o fechamento do pregão - ainda deverá mostrar um crescimento das vendas. Apesar da piora do cenário externo, eles acreditam que o saldo será compensado pela depreciação do real e pelo bom desempenho das vendas da companhia no mercado interno.
No entanto, a instituição ressalta que a Sadia voltará a apresentar grandes perdas financeiras com derivativos no quarto trimestre, levando a empresa a um forte prejuízo. "Acreditamos que o foco deste resultado será no valor efetivamente anunciado pela companhia com as perdas de derivativos", opina a corretora.
Prejuízo de R$ 2 bilhões no trimestre
Os analistas também lembram que, em função da nova Lei das S.A., a empresa terá que avaliar suas aplicações em instrumentos financeiros e valor de mercado já nas demonstrações do último trimestre, "o que resultará na antecipação de grande parte da despesa financeira que nós esperávamos para 2009."
Desta forma, apesar de prever uma receita líquida de R$ 2,914 bilhões para o período, o que representa um crescimento de 13,8% em relação ao quarto trimestre de 2007, a equipe da Brascan projeta um prejuízo líquido de R$ 2,0 bilhões para a Sadia nos últimos três meses do ano passado.
Paralelamente, as margens da companhia deverão ficar abaixo das registradas no último trimestre de 2007. O principal motivo, segundo a corretora, é a grande quantidade de estoques com preços ainda elevados de grãos em função das compras realizadas pela empresa no primeiro semestre de 2008.
Confira as projeções da Brascan para o resultado da Sadia:
| (em R$ milhões) | Projeção 4T08 | 4T07 | Variação |
| Receita Líquida | 2.914 | 2.560 | +13,8% |
| Ebitda* | 338 | 350 | -3,3% |
| Lucro Líquido | (2.014) | 295 | - |
*Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
Rumores
Cabe lembrar que, nos últimos pregões, cresceu de forma significativa a expectativa para a possível aquisição da Sadia pela Perdigão (PRGA3). A própria Sadia reconheceu as negociações para uma eventual associação à atual rival, muito embora tenha deixado claro que não se chegou a um acordo até então.
No dia 16 de março, as duas companhias soltaram comunicados ao mercado sobre o assunto, com discursos bem diferentes quanto o processo de fusão.
Segundo o comunicado emitido pela Sadia na época, existem conversas "com vistas a analisar a viabilidade e a convergência de interesses em algum tipo de associação", enquanto no comunicado da Perdigão, "não há qualquer negociação em curso".
Em resposta aos rumores, a Sadia informou na última quarta-feira (25) que não houve qualquer evolução nas negociações e que a qualquer novo fato informará o mercado via um comunicado oficial.
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E não deu outra: Perdas cambiais pesam e Sadia reporta prejuízo de R$ 2,48 bilhões em 2008
A Sadia (SDIA4) anunciou nesta sexta-feira (27) um prejuízo líquido de R$ 2,48 bilhões no acumulado de 2008, na comparação com um lucro líquido de R$ 768 milhões no ano anterior. O desempenho negativo se deu, principalmente, por causa de perdas com derivativos cambiais, com a repentina mudança na força do dólar frente ao real.
"A Sadia registrou em 2008 o primeiro prejuízo anual em seus 64 anos de história, reflexo de perdas financeiras com instrumentos derivativos e dos impactos da desvalorização do real", explicou a companhia em release publicado ao mercado.
De acordo com a empresa, as operações com derivativos geraram uma despesa financeira de R$ 2,5 bilhões em 2008, sendo que já foram realizados R$ 705,9 milhões (efeito caixa) e o restante, R$ 1,8 bilhão, foi reconhecido nas demonstrações financeiras.
A segunda maior despesa financeira, de R$ 595,7 milhões diz respeito a um impacto não caixa de variações cambiais sobre ativos e passivos em moeda estrangeira da companhia.
Números de 2008:
*Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
A companhia afirmou, porém, que o resultado não reflete o seu desempenho operacional. Fora destacado que no ano passado o volume de investimentos bateu recorde, consolidando a estratégia de crescimento em segmentos e produtos de maior valor agregado. Além disso, a empresa registrou níveis inéditos de receita bruta, que alcançou R$ 12,2 bilhões, um crescimento de 23% na base anual.
Números do quarto trimestre:
*Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização
Nos últimos três meses de 2008, a companhia apresentou um desempenho favorável no mercado interno, apesar do agravamento da crise financeira mundial neste período. O volume total comercializado cresceu 9,4% e a receita bruta, 24,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 2,0 bilhões.
Por outro lado, o desempenho no mercado externo no quarto trimestre de 2008 foi prejudicado justamente pelo agravamento da crise financeira mundial, que reduziu principalmente o crédito disponível aos importadores e que reduziu o volume comercializado.
Fonte: Consultoria financeira
Rumores
Cabe lembrar que, nos últimos pregões, cresceu de forma significativa a expectativa para a possível aquisição da Sadia pela Perdigão (PRGA3). A própria Sadia reconheceu as negociações para uma eventual associação à atual rival, muito embora tenha deixado claro que não se chegou a um acordo até então.
No dia 16 de março, as duas companhias soltaram comunicados ao mercado sobre o assunto, com discursos bem diferentes quanto o processo de fusão.
Segundo o comunicado emitido pela Sadia na época, existem conversas "com vistas a analisar a viabilidade e a convergência de interesses em algum tipo de associação", enquanto no comunicado da Perdigão, "não há qualquer negociação em curso".
Em resposta aos rumores, a Sadia informou na última quarta-feira (25) que não houve qualquer evolução nas negociações e que a qualquer novo fato informará o mercado via um comunicado oficial.
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E não deu outra: Perdas cambiais pesam e Sadia reporta prejuízo de R$ 2,48 bilhões em 2008
A Sadia (SDIA4) anunciou nesta sexta-feira (27) um prejuízo líquido de R$ 2,48 bilhões no acumulado de 2008, na comparação com um lucro líquido de R$ 768 milhões no ano anterior. O desempenho negativo se deu, principalmente, por causa de perdas com derivativos cambiais, com a repentina mudança na força do dólar frente ao real.
"A Sadia registrou em 2008 o primeiro prejuízo anual em seus 64 anos de história, reflexo de perdas financeiras com instrumentos derivativos e dos impactos da desvalorização do real", explicou a companhia em release publicado ao mercado.
De acordo com a empresa, as operações com derivativos geraram uma despesa financeira de R$ 2,5 bilhões em 2008, sendo que já foram realizados R$ 705,9 milhões (efeito caixa) e o restante, R$ 1,8 bilhão, foi reconhecido nas demonstrações financeiras.
A segunda maior despesa financeira, de R$ 595,7 milhões diz respeito a um impacto não caixa de variações cambiais sobre ativos e passivos em moeda estrangeira da companhia.
Números de 2008:
| (em R$ milhões) | 2008 | 2007 | % |
| Receita Líquida | 10.728,6 | 8.708,1 | +23,2% |
| Ebitda* | 1.164,2 | 1.172,4 | -0,7% |
| Lucro Líquido | (2.484,8) | 768,3 | - |
A companhia afirmou, porém, que o resultado não reflete o seu desempenho operacional. Fora destacado que no ano passado o volume de investimentos bateu recorde, consolidando a estratégia de crescimento em segmentos e produtos de maior valor agregado. Além disso, a empresa registrou níveis inéditos de receita bruta, que alcançou R$ 12,2 bilhões, um crescimento de 23% na base anual.
Números do quarto trimestre:
| (em R$ milhões) | 4T08 | 4T07 | % |
| Receita Líquida | 3.064,8 | 2.645,3 | +15,9% |
| Ebitda* | 343,5 | 438,5 | -21,7% |
| Lucro Líquido | (2.042,2) | 374,4 | - |
Nos últimos três meses de 2008, a companhia apresentou um desempenho favorável no mercado interno, apesar do agravamento da crise financeira mundial neste período. O volume total comercializado cresceu 9,4% e a receita bruta, 24,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, atingindo R$ 2,0 bilhões.
Por outro lado, o desempenho no mercado externo no quarto trimestre de 2008 foi prejudicado justamente pelo agravamento da crise financeira mundial, que reduziu principalmente o crédito disponível aos importadores e que reduziu o volume comercializado.
Fonte: Consultoria financeira
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