Mercado: no money, no game !

Deu na
Confiança industrial sobe pelo 3o mês seguido em março, diz FGV

Segundo a agência Reuters, a confiança da indústria brasileira melhorou em março, mas segue em patamar baixo, segundo pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada nesta terça-feira.

O índice de confiança aumentou 2,2 por cento neste mês sobre o anterior, para 77,9 pontos, com ajuste sazonal.

"O nível deste indicador ainda se encontra baixo em termos históricos, sinalizando um ritmo fraco de atividade industrial", informou a FGV em nota. A mínima histórica foi atingida em dezembro, a 74,7 pontos.

A FGV ressaltou, no entanto, que ainda assim o dado pode ser visto como positivo.

"Por dois motivos: este é o terceiro mês consecutivo de avanço... (e) ao contrário do ocorrido em fevereiro passado, quando a evolução positiva foi exclusivamente atribuída à recuperação do segmento de autopeças e montadoras, neste mês o resultado foi determinado por um conjunto mais abrangente de gêneros industriais."

O componente de situação atual aumentou para 79,5 pontos em março ante 77,8 pontos em fevereiro. O de expectativas avançou para 76,3 pontos contra 74,6 no mês passado. Ambas foram as maiores leituras desde novembro de 2008.

Alta de março é exceção ou início de um rali consistente nos ativos de risco?
É inquestionável que, diante do histórico dessa cris e, março foi um bom mês para a bolsa paulista. Até a última segunda-feira (30), o índice Ibovespa acumulava uma alta mensal de X%, impulsionado pelas fortes ascensões de papéis de bancos, siderúrgicas e mineradoras.

A prontidão confessa do governo chinês em aquecer a economia; o programa de compra de ativos tóxicos de instituições financeiras norte-americanas; a flexibilização quantitativa do Federal Reserve; a melhora de indicadores econômicos dos EUA; as declarações de bons desempenhos por parte de bancos como Citigroup, JPMorgan e Bank of America. Tudo isso foi motivo de otimismo externo e doméstico.

Porém, considerando que outros períodos de forte alta já foram vistos durante esta crise, resta a dúvida se será dessa vez que os ativos de risco conseguirão engatar um rali consistente. As opiniões dos analistas são divergentes, mas o consenso ainda indica que as incertezas são grandes demais para fazer qualquer previsão.

O rali já está acontecendo
"Se não acontecer uma notícia de um outro banco quebrando, eu acho que a bolsa pode segurar nesse preço, melhorando aos poucos", afirma Hersz Ferman, economista da Um Investimentos. "Eu não acredito que continue mantendo a alta nesse ritmo, mas acho que pode melhorar aos poucos, ainda com volatilidade por causa de um ambiente incerto".

Entretanto, o economista ressalva que a extensão do rali visto em março para algo mais consistente dependerá da melhora de dados econômicos, principalmente nos Estados Unidos. Nesse sentido, vale ficar de olho em duas frentes. Primeiro, nos setores financeiros norte-americano e europeu, já que um dos maiores problemas atualmente é o mercado de crédito. Se os bancos realmente estiveram lucrando, eles poderão começar a se erguer e voltar a emprestar.

Segundo, nos dados do setor imobiliário nos EUA. Conforme avaliação de Ferman, a questão da compra de ativos tóxicos dos bancos não terá grandes efeitos se o setor imobiliário não melhorar. Caso a situação continue piorando, os bancos e quem comprar esses ativos ilíquidos continuarão sob pressão.

"Acredito que nós estamos no caminho, tudo isso que eu estou falando já aconteceu ou está acontecendo", argumenta Ferman, acrescentando que há, sim, "uma chance de ter uma melhora consistente no mercado", caso não haja mais notícias negativas pela frente.

Nos 39 mil pontos
Do outro lado está a argumentação do analista do BB Investimentos, Hamilton Moreira Alves. "Não vejo a perspectiva de um rali forte porque não vejo a entrada de dinheiro novo", afirma Alves. Segundo ele, o Ibovespa deve continuar nesse movimento vegetativo em torno dos 39 mil pontos à espera de uma notícia boa.

"A bolsa tem chegado a 43 mil pontos toda hora e tem voltado. O que acontece é que estamos na dependência muito grande do Dow Jones lá fora. Enquanto o Dow Jones não se recuperar, aqui também não recupera", avalia o estrategista. Para ele, a recuperação lá fora virá com a redução da aversão ao risco e o aumento da propensão ao consumo, e nenhum desses dois fatores será alcançado apenas com o plano de comprar ativos tóxicos.

É necessário ver qual será o tamanho do rombo desses ativos no balanço dos bancos, como se dará a realização do programa e quanto tempo as instituições irão demorar para retomar a oferta de crédito. Por enquanto, os números das economias ainda são muito ruins - vide a queda de 38,4% na produção industrial do Japão em fevereiro frente ao mesmo mês do ano passado.

O risco de um maior declínio no mercado doméstico também está relacionado ao mercado externo. "Caso essa piora aconteça nos EUA, se o plano de Barack Obama não der resultado ou se as montadoras quebrarem lá, a bolsa pode romper os 36 mil pontos", prevê Alves. "Mas eu não acredito nisso. Eu acredito que os 39 mil pontos são o default e a bolsa irá continuar navegando por aí até surgir uma notícia boa".

No money, no game
Hamilton Alves afirma que, para manter o rali atual, é preciso que entre dinheiro novo na bolsa: é necessário maior volume e um fluxo de capital externo consistente e não apenas pontual, como tem acontecido. "A bolsa, por exemplo, está negociando com volume em torno de R$ 4 bilhões. Ela tem que negociar algo acima de R$ 5 bilhões, aí sim quer dizer que está entrando dinheiro novo."

Quando a entrada de capital for constante, o estrategista afirma que o rali poderá ser consistente, deixando um espaço aberto para que o Ibovespa chegue até 50 mil pontos. O problema, entretanto, é que o cenário é tão incerto que ninguém pode prever quando a "boa notícia" que a bolsa tanto espera irá acontecer. Nem mesmo se haverá uma nova rodada de fortes quedas pela frente.

Fonte: Agências de notícias e consultoria financeira

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