EXPORTAÇÕES DO AGRONEGÓCIO CRESCEM 24%, apesar da crise
Alguns analistas e estudiosos diziam que o estado de penúria provocado pelo café se dava simplesmente pela lei da oferta e procura – demanda –, já que por possuir um grande número de produtores e não possuir barreiras a entradas fica muito suscetível a ter um abrupto aumento de oferta, gerando um excesso que, baseado na simples análise na lei do mercado, faz com que o preço tenda a cair, de tal forma que não será mais vantajoso produzir, forçando alguns produtores a desistirem da cultura e diminuírem a produção, elevando gradativamente o preço, e assim, sucessivamente.
Não precisa ser um grande estudioso para entender as regras básicas de funcionamento do mercado, escritas por grandes (sic!) pensadores como Adam Smith, Jean Bateste Say, David Ricardo e muitos outros. O que se deve mencionar é que será somente isso a problemática do café? A questão da relação do mercado? Então deve-se intervir no mercado de tal forma a coibir a produção? Dessa maneira vai equilibrar a oferta e demanda para que não haja excesso e consequentemente a queda do preço, levando ao empobrecimento das regiões dependentes.
Não precisa ser um grande estudioso para entender as regras básicas de funcionamento do mercado, escritas por grandes (sic!) pensadores como Adam Smith, Jean Bateste Say, David Ricardo e muitos outros. O que se deve mencionar é que será somente isso a problemática do café? A questão da relação do mercado? Então deve-se intervir no mercado de tal forma a coibir a produção? Dessa maneira vai equilibrar a oferta e demanda para que não haja excesso e consequentemente a queda do preço, levando ao empobrecimento das regiões dependentes.
O problema não representa somente isso, na verdade do lado oposto a oferta está a demanda que tem poder para provocar uma mudança nesta relação do preço.
O Brasil possui particularidades diferentes que outros países produtores de café, pois além de ser grande produtor é também grande consumidor, a produção nacional tanto vai para o exterior como fica em nosso território para consumo interno.
Já se sabe nos dias atuais que o café possui efeitos benéficos à saúde, cientificamente comprovados, ao contrário do que se acreditava, que ele era prejudicial. Mas quantas pessoas sabem disso? Será que está faltando ao café não será um incremento na demanda? Será que não teria como aumentar o consumo interno ou externo? Agora, a maior solução para o café seria mesmo aumentar o mercado consumidor no Brasil e no exterior. Existem países no mundo que simplesmente desconhecem o produto por falta de implementação das técnicas de marketing. Há um mercado potencial em dois países da Ásia que representam nada mais que aproximadamente 1/3 da população mundial, a Índia e a China, que não têm o costume de consumir café ou na realidade ignoram a existência do mesmo.
O problema na verdade não estaria simplesmente na oferta, dizer isso representaria um completo legado de incapacidade de aplicar o progresso das ciências sociais, que estão tão avançadas, numa problemática que para o país seria necessário eliminar, isso representaria o fim do empobrecimento da renda de muitas famílias, que estão ligadas diretas ou indiretamente com o mercado produtor do café.
Será que existiria uma técnica capaz de gerar mais demanda?
Seria muita mediocridade dizer que diante de tanta tecnologia e de técnicas aprofundadas de administração e economia seria incapaz de resolver esse problema. O aumento da demanda depende da implementação de uma política de marketing adequada ao setor de forma a alavancar essa cultura, aumentando principalmente as exportações do produto.
O problema está na falta de gerar demanda, quando se estagnar o mercado consumidor daí poderá ser dito que o problema do café está na oferta.
Fonte: NASCIMENTO, Frank Astor do. Oferta e demanda no mercado de café.2008: o ano da virada (para baixo)
Por GeraldoSant´Ana de Camargo Barros, PhD
Professor titular USP/Esalq; coord. Científico Cepea/Esalq-USP
e Karlin Saori Ishii, Dra.
Pesquisadora do Cepea/Esalq-USP
Focando agora um horizonte mais curto, ou seja, somente o ano de 2008 , verifica-se que o volume exportado manteve-se relativamente estável no correr dos meses, indicando a perda de fôlego exportador do agronegócio. Já os preços, tanto em dólares quanto em reais, caíram a partir de setembro, o que certamente resultou da atual crise financeira e econômica internacional, que fez despencar os preços das commodities que o Brasil exporta.
Outro reflexo da crise foi o aumento da taxa de câmbio efetiva real do agronegócio, fruto da desvalorização da moeda nacional. Usualmente, uma desvalorização cambial conduziria a aumentos das exportações, o que não se verificou no final de 2008 em razão da recessão mundial e consequente depressão da demanda internacional. O índice de atratividade das exportações acabou caindo, tendo, portanto, predominado a queda de preço em dólares sobre a desvalorização cambial. Ressalte-se a intensa atuação do Banco Central tentando evitar uma disparada do dólar, o que acabou prejudicando o produtor do agronegócio brasileiro. Ou seja, do ponto de vista da competitividade do agronegócio brasileiro, a intervenção das autoridades no mercado cambial foi excessiva.
Analisaram-se também as exportações durante os meses de janeiro a novembro de 2008 em comparação com o mesmo período de 2007. Antes de mais nada, verifica-se que na média houve queda, ou seja, valorização da moeda brasileira (taxa efetiva do câmbio do agronegócio) da ordem de 9,4% entre 2007 e 2008, a despeito da crise que estourou no último trimestre. O aumento da taxa de câmbio (desvalorização do Real) se deu com intensidade maior somente em outubro, amainando-se daí para frente.
Também em média, os preços em dólares cresceram na comparação com 2007 devido à alta verificada até agosto (25%). Porém, o volume exportado, que havia atingido seu pico em junho, desacelerou a partir de então e acabou com uma pequena queda (-4,2%) sobre 2007. A atratividade teve aumento de 13,5%, comparando-se as médias de 2008 e 2007, graças ao boom das commodities no primeiro semestre, que se esvaiu no segundo semestre.
Exportações do Sudeste ficam para trás
Para a década de 2000, os índices de Preços de Exportação do Agronegócio Regional (IPE-Agro/Cepea/Região), indicam, em todas as regiões, uma tendência de aumento dos preços em dólares. Como já mencionado, esses preços em dólares tiveram um aumento médio – para o Brasil como um todo - de 64% de 2000 a 2008. Novamente lembra-se que no segundo semestre de 2008 essa tendência se inverte.
As regiões Norte, Centro-Oeste, Nordeste e Sul tiveram aumentos de preços acima da média nacional (158%, 98%, 83% e 75% respectivamente), enquanto que a Sudeste teve aumento de preços menor (31%). Vale ressaltar que na região Norte predominam as exportações de produtos da madeira, carnes e animais vivos e oleaginosas; no Nordeste, se destacam o papel e celulose, açúcar e frutas; no Centro-Oeste, grãos e farelos e carnes; no Sul, carnes e grãos; e no Sudeste, açúcar, café, papel e celulose, carnes e sucos de frutas (citros).
Nota-se, assim, que entre os produtos do Sudeste estão vários dos que se deram pior no tocante à atratividade das exportações.
Quanto ao Índice de Volume Exportado pelo Agronegócio, verifica-se que a região Centro-Oeste apresentou um crescimento de 314%, bem acima da média nacional (119%). O Nordeste também apresentou evolução acima da nacional, com 153%. As regiões Norte, Sul e Sudeste apresentaram variações de 78%, 68% e 79%, respectivamente, portanto, abaixo da nacional.
Na comparação entre janeiro a dezembro de 2008 com igual período de 2007, verifica-se que em todas as regiões houve aumento dos preços em dólares dos produtos exportados. Os desempenhos mais modestos de preços ocorreram nas regiões Sudeste e Nordeste, respectivamente. Quanto ao volume exportado, houve queda nas regiões Norte, Sudeste e Sul e estagnação nas demais. O destaque negativo é a região Sudeste que, além de apresentar baixo crescimento dos preços de exportação, teve queda de 15% do volume exportado.
No que toca às exportações, o ano de 2008 foi marcado por uma mudança profunda entre o primeiro e o segundo semestre (especialmente a partir de setembro), resultado da cessação do boom das commodities, globalmente falando. Mesmo assim, o faturamento anual do agronegócio em moeda estrangeira cresceu cerca de 24% de 2007 para 2008.
Para o exportador nacional, seu faturamento em reais passou a depender do balanceamento entre a queda dos preços externos (em dólares) e o aumento do dólar no mercado brasileiro. Devido ao esforço das autoridades para contenção dessa alta através da política cambial, acabou predominando o efeito baixista na atratividade das exportações.
É fato que o Sudeste, como exportador de açúcar, café, suco de laranja, foi a região mais atingida pela derrocada no mercado externo. O Nordeste também foi atingido pela dependência do açúcar. As regiões Centro-Oeste, Norte e Sul saíram-se melhor, uma vez que nas suas exportações predominam os grãos e derivados e carnes, além de papel e celulose. No Norte, apenas produtos da madeira e mobiliários tiveram retração.
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