Pretensão do BB de adquirir o Banestes mexe com mercado acionário

Saiam da frente: BB agressivo nas aquisições rumo ao topo

Muito além de uma simples conversa sobre aquisições, a confirmação de que o governo do Espírito Santo aceitou discutir uma possível venda do controle do Banestes ao Banco do Brasil abre espaço para considerações bem mais amplas - principalmente no que se refere ao papel do banco federal na consolidação do sistema financeiro brasileiro, com foco nos bancos regionais.

"O anúncio da aquisição do Banestes vem um dia após a aprovação da MP (Medida Provisória) 443, que autoriza o BB a comprar outras instituições financeiras", lembra a Link Investimentos. Cabe lembrar que a medida foi proposta ainda no ano passado, visando minimizar a falta de liquidez no sistema bancário do País.

Porém, os analistas da Link alertam que, diferentemente das operações com o Besc (Banco Estadual de Santa Catarina) e o BEP (Banco Estadual do Piauí), em que foram feitas incorporações, "no caso do Banestes será uma aquisição".

Notícia neutra
Considerando a aquisição como modesta em relação ao tamanho do Banco do Brasil, a Itaú Corretora afirma que a notícia é neutra para os papéis. Conforme a instituição, o Banestes é o trigésimo maior banco brasileiro por ativos totais, com R$ 9,2 bilhões no terceiro trimestre. Como forma de comparação, o BB tinha R$ 540 bilhões no mesmo período.

"Como as conversas ainda estão em fase inicial, não há certeza acerca de um acordo ou mesmo sobre preço ou prazo para o contrato", ressalvam os analistas da corretora. Segundo eles, vale ficar atento na variação dos múltiplos das aquisições recentes do BB: Nossa Caixa (2,5x), BEP (1,1x), Besc (1,6x) e Banco Votorantim (1,2x).

Papéis disparam
Assim como no fechamento do pregão de quinta-feira, a movimentação do Banco do Brasil no sentido de adquirir mais um banco estadual mexe com os papéis.

Depois de subirem 14,94% na última sessão, as ações preferenciais do fecharam com Banestes (BEES4)alta de 32,35% nesta sessão, cotadas a R$ 9,00. No mesmo sentido, os ativos ordinários (BEES3) estenderam os ganhos da véspera, com forte valorização de 17,50%.

Anbid: fusões e aquisições somaram R$ 100,4 bilhões em 2008

A Anbid (Associação Nacional dos Bancos de Investimentos) apresentou nesta quinta-feira (5) o ranking de fusões e aquisições de 2008, mostrando alguns impactos importantes da crise sobre as operações. A restrição de liquidez impediu a manutenção do crescimento visto nos anos anteriores.
As fusões, aquisições, reestruturações societárias e ofertas públicas de aquisição somaram R$ 100,4 bilhões no ano passado. O volume é 14,8% menor quando comparado a 2007. De acordo com a instituição, foram fechadas 94 operações em 2008, contra 125 em 2007.

Fusões e aquisições
Apenas no quesito fusões e aquisições foram realizadas 84 negociações em 2008, contra 110 no ano imediatamente anterior. O valor verificado foi de R$ 89,914 bilhões, 3,5% a menos na comparação com 2007.

"Trata-se de um bom ano no que diz respeito à atividade, mesmo com o recuo em volume e com a queda mais forte em número de operações. Podemos concluir que o grande destaque em 2008 ficou por conta de grandes operações entre as empresas nacionais", afirma a coordenadora da Subcomissão de Fusões e Aquisições da Anbid, Carolina Lacerda.

O volume de fusões e aquisições entre as empresas brasileiras chegou a R$ 65,7 bilhões, representando 73,1% do montante total. A operação da BM&F Bovespa representou 52,7% dos negócios entre as companhias do Brasil.

Setores
O balanço de 2008 mostra-se melhor distribuído entre os setores. Das 94 operações firmadas no ano passado, 11,7% são representados pelo segmento de energia. Já o setor de TI/telecom aparece com 10,6% e metalurgia/siderurgia com 9,6%.

A soma das participações destes segmentos representa 31,9% das transações realizadas.

Entretanto, no que diz respeito ao volume financeiro, o setor de bancos chama atenção com 35,7% no montante movimentado em operações de fusões, aquisições, reestruturações societárias e OPAs. O segmento de Metalurgia e Siderurgia ficou com 22,1% do total, seguido por química e petroquímica (12%).

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