O Tsunami dos Banqueiros aloprados
Santander demite sem piedade
Sexta de protestos contra dispensas no Santander Grupo anunciou 400 demissões nesta quinta-feira e Sindicato realiza ato em concentrações pela cidade | Majolão e Matriz do Real |
São Paulo – Se a quinta-feira foi de clima tenso devido às 400 demissões anunciadas pelo Grupo Santander, a sexta-feira foi marcada por protestos contra a atitude arbitrária do banco que acumula lucros no Brasil e em troca reforça a crise que está elevando os números do desemprego.
Por volta das 7h30 a calçada da matriz do banco Real, na Avenida Paulista, já era palco de mobilização e conscientização de quem passava pelo local. A população foi alertada do desserviço que o banco está prestando para a sociedade brasileira com as demissões após a fusão com o Real. Isso apesar de em outubro passado, quando da visita do presidente mundial do banco, Emilio Botin ter afirmado que o processo de integração Santander-Real não era uma reestruturação, mas um projeto de expansão e crescimento. Agora o banco anuncia as demissões. "Como pode haver crescimento com a demissão de bancários?", questiona a diretora do Sindicato, Rita Berlofa. "Isso é inadmissível, principalmente num banco com excelentes resultados no Brasil e no mundo. Os trabalhadores brasileiros querem respeito."
Na hora do almoço, foi a vez do Casa 1 do Santander se transformar no palco do protesto dos bancários, que se estendeu pelo período da tarde. Além de denunciar a irresponsabilidade social do banco para quem passava na rua, o Sindicato procurou os comerciantes da região, em Santo Amaro, para mostrar como toda a sociedade será prejudicada com a dispensa dos 400 bancários. O Sindicato também se reuniu com os trabalhadores da concentração, que estão assustados e denunciaram o péssimo clima que tomou conta das dependências do Santander após as demissões.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, participou da mobilização e disse que a postura do Santander, ao demitir 400 trabalhadores, foi um ato de irresponsabilidade não só com a categoria bancária, mas com toda sociedade brasileira. "Nossa luta agora é para que esses trabalhadores sejam reintegrados", afirmou. Arthur Henrique criticou, ainda, a postura da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) sobre as medidas e discussões sobre o reflexo da crise financeira. "Como a Fiesp declarou que com ou sem a CUT vai propor a redução de jornada com redução de salário, nós trabalhadores vamos continuar lutando em defesa do emprego e da renda com ou sem Fiesp", disse o dirigente.
Rádio - O repúdio dos bancários com a ação do Santander é ecoado também pelas ondas do rádio com a veiculação de um "spot" informando toda a sociedade brasileira sobre os últimos acontecimentos (leia o "spot" abaixo).
Plenária - O Sindicato fará uma plenária na segunda-feira, dia 19, às 19h, no auditório azul da sede. O endereço é Rua São Bento, 413, próximo à estação São Bento do metrô.
Por volta das 7h30 a calçada da matriz do banco Real, na Avenida Paulista, já era palco de mobilização e conscientização de quem passava pelo local. A população foi alertada do desserviço que o banco está prestando para a sociedade brasileira com as demissões após a fusão com o Real. Isso apesar de em outubro passado, quando da visita do presidente mundial do banco, Emilio Botin ter afirmado que o processo de integração Santander-Real não era uma reestruturação, mas um projeto de expansão e crescimento. Agora o banco anuncia as demissões. "Como pode haver crescimento com a demissão de bancários?", questiona a diretora do Sindicato, Rita Berlofa. "Isso é inadmissível, principalmente num banco com excelentes resultados no Brasil e no mundo. Os trabalhadores brasileiros querem respeito."
Na hora do almoço, foi a vez do Casa 1 do Santander se transformar no palco do protesto dos bancários, que se estendeu pelo período da tarde. Além de denunciar a irresponsabilidade social do banco para quem passava na rua, o Sindicato procurou os comerciantes da região, em Santo Amaro, para mostrar como toda a sociedade será prejudicada com a dispensa dos 400 bancários. O Sindicato também se reuniu com os trabalhadores da concentração, que estão assustados e denunciaram o péssimo clima que tomou conta das dependências do Santander após as demissões.
O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique, participou da mobilização e disse que a postura do Santander, ao demitir 400 trabalhadores, foi um ato de irresponsabilidade não só com a categoria bancária, mas com toda sociedade brasileira. "Nossa luta agora é para que esses trabalhadores sejam reintegrados", afirmou. Arthur Henrique criticou, ainda, a postura da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) sobre as medidas e discussões sobre o reflexo da crise financeira. "Como a Fiesp declarou que com ou sem a CUT vai propor a redução de jornada com redução de salário, nós trabalhadores vamos continuar lutando em defesa do emprego e da renda com ou sem Fiesp", disse o dirigente.
Rádio - O repúdio dos bancários com a ação do Santander é ecoado também pelas ondas do rádio com a veiculação de um "spot" informando toda a sociedade brasileira sobre os últimos acontecimentos (leia o "spot" abaixo).
Plenária - O Sindicato fará uma plenária na segunda-feira, dia 19, às 19h, no auditório azul da sede. O endereço é Rua São Bento, 413, próximo à estação São Bento do metrô.
> Santander: bilhões para a Espanha e demissões no Brasil
Fonte: http://www.spbancarios.com.br/santander.asp?c=9998
Nossa Caixa
Dez maiores bancos passam a ter 94% das agências do país
Há dez anos, essa proporção estava em 76%. Se considerados apenas os cinco maiores bancos, a concentração chega a 90,1%, contra 57,4% em 1999
São Paulo – A nova onda de fusões e aquisições que movimenta o sistema financeiro nacional há mais de um ano está aumentando a concentração do mercado bancário no Brasil numa velocidade impressionante. Atualmente, os dez maiores bancos que atuam no país respondem por 94% das 18,9 mil agências bancárias em funcionamento. Há dez anos, essa proporção estava em 76%. Se considerados apenas os cinco maiores bancos, a concentração chega a 90,1%, contra 57,4% em 1999. O cálculo foi feito a partir dos balanços apresentados pelos bancos em setembro, mas já considera as fusões anunciadas desde então.
“Não é só para o emprego dos bancários que as fusões e aquisições no sistema financeiro nacional são prejudiciais. Os clientes também sofrem. A falta de concorrência entre os bancos pode ser medida pela dificuldade cada vez maior de se encontrar uma agência que não faça parte dos dez maiores bancos que atuam no Brasil. Com essa concentração, as instituições podem cobrar tarifas e taxas mais altas, além de precarizar o atendimento”, comenta o presidente do Sindicato dos Bancários, Luiz Cláudio Marcolino.
A lista dos dez maiores bancos do país também revela como os clientes têm cada vez menos possibilidade de escolha na hora de abrir uma conta. Em 1999, esse grupo era composto exclusivamente pelas chamadas instituições de varejo, que se destacavam pela capacidade em captar depósitos por meio de contas correntes, poupança ou CDBs. Hoje, após as várias fusões e aquisições ocorridas no setor, o grupo dos dez maiores inclui bancos como o Votorantim, que ganhou mercado basicamente com operações de financiamento de veículos, e o francês BNP Paribas, que tem como ponto forte a gestão de investimentos e possui, segundo o Banco Central, apenas quatro agências no país.
A concentração dos depósitos é outro reflexo do processo de consolidação do setor bancário. Segundo levantamento do Banco Central, em setembro, o total de recursos depositados nos bancos por seus clientes estava em R$ 1,082 trilhão, do qual 91,4% estavam nas dez maiores instituições financeiras. Há um ano – antes da compra do Real pelo Santander, da união entre Itaú e Unibanco e da compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil – essa proporção estava em 83,7%.
O emprego dos bancários – As fusões, privatizações e terceirizações têm prejudicado os clientes e usuários dos bancos, mas são os bancários as principais vítimas desse tipo de negócio, que já levou cerca de 250 mil postos de trabalho desde 1993.
O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, conta que é a luta e resistência da categoria que vão impedir que novas demissões ocorram no setor por conta das fusões e aquisições. “No ano passado, o Sindicato e os bancários brigaram muito e conseguiram avanços importantes, como a garantia de emprego para os funcionários da Nossa Caixa, que foi comprada pelo BB. A luta, em 2008, impediu que até agora os bancos fechassem mais postos de trabalho. Por isso precisamos continuar mobilizados em 2009”, afirma.
Segundo os números do BC, os empregos no sistema financeiro ficaram estáveis nesse último ano, apesar da lucratividade do setor. Em setembro do ano passado, os bancos empregavam 550,8 mil pessoas, praticamente empatando com os 550,4 mil registrados em dezembro de 2007.
“Não é só para o emprego dos bancários que as fusões e aquisições no sistema financeiro nacional são prejudiciais. Os clientes também sofrem. A falta de concorrência entre os bancos pode ser medida pela dificuldade cada vez maior de se encontrar uma agência que não faça parte dos dez maiores bancos que atuam no Brasil. Com essa concentração, as instituições podem cobrar tarifas e taxas mais altas, além de precarizar o atendimento”, comenta o presidente do Sindicato dos Bancários, Luiz Cláudio Marcolino.
A lista dos dez maiores bancos do país também revela como os clientes têm cada vez menos possibilidade de escolha na hora de abrir uma conta. Em 1999, esse grupo era composto exclusivamente pelas chamadas instituições de varejo, que se destacavam pela capacidade em captar depósitos por meio de contas correntes, poupança ou CDBs. Hoje, após as várias fusões e aquisições ocorridas no setor, o grupo dos dez maiores inclui bancos como o Votorantim, que ganhou mercado basicamente com operações de financiamento de veículos, e o francês BNP Paribas, que tem como ponto forte a gestão de investimentos e possui, segundo o Banco Central, apenas quatro agências no país.
A concentração dos depósitos é outro reflexo do processo de consolidação do setor bancário. Segundo levantamento do Banco Central, em setembro, o total de recursos depositados nos bancos por seus clientes estava em R$ 1,082 trilhão, do qual 91,4% estavam nas dez maiores instituições financeiras. Há um ano – antes da compra do Real pelo Santander, da união entre Itaú e Unibanco e da compra da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil – essa proporção estava em 83,7%.
O emprego dos bancários – As fusões, privatizações e terceirizações têm prejudicado os clientes e usuários dos bancos, mas são os bancários as principais vítimas desse tipo de negócio, que já levou cerca de 250 mil postos de trabalho desde 1993.
O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, conta que é a luta e resistência da categoria que vão impedir que novas demissões ocorram no setor por conta das fusões e aquisições. “No ano passado, o Sindicato e os bancários brigaram muito e conseguiram avanços importantes, como a garantia de emprego para os funcionários da Nossa Caixa, que foi comprada pelo BB. A luta, em 2008, impediu que até agora os bancos fechassem mais postos de trabalho. Por isso precisamos continuar mobilizados em 2009”, afirma.
Segundo os números do BC, os empregos no sistema financeiro ficaram estáveis nesse último ano, apesar da lucratividade do setor. Em setembro do ano passado, os bancos empregavam 550,8 mil pessoas, praticamente empatando com os 550,4 mil registrados em dezembro de 2007.
Leia mais
> Fusões e aquisições alteram mercado brasileiro de bancos
Fábio Jammal Makhou com informações da Folha de S.Paulo - 12/01/2009
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