Governo libera R$ 100 bilhões e promete redução de spread

Mantega: juros vão cair durante todo o ano de 2009

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta quinta-feira que os bancos públicos vão liderar um processo de redução dos spreads, que - segundo ele - atingem patamares inadimissíveis. Ainda de acordo com o ministro, o corte de 1 ponto percentual na taxa de juros, feito ontem pelo Copom, é só o início de um ciclo de quedas, em 2009.

Governo libera R$ 100 bi para BNDES

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou nesta quinta-feira que o Tesouro Nacional vai liberar 100 bilhões de reais para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com o objetivo de aumentar o crédito para empresas brasileiras.

De acordo com o ministro, o banco já havia solicitado 50 bilhões de reais ao Tesouro para garantir a execução de um programa de 116 bilhões de reais em investimentos. "Estamos dando os 50 bilhões de reais que eles pediram e mais 50 bilhões. Com isso, eles terão 166 bilhões de reais para aplicar em 2009", disse ele.

Os recursos virão de títulos públicos e também do superávit financeiro - resultado das despesas previstas no orçamento que não foram realizadas e também de receitas maiores que o estimado. Segundo o ministro, 70% dos recursos colocados à disposição do BNDES serão remunerados por TJLP mais 2,5% ao ano, enquanto os restantes 30% serão taxados ao custo de captação do Tesouro no exterior.

"Não faltará recurso para investimento no Brasil. Vamos estar com a oferta acima da demanda e com custos reduzidos, taxas abaixo das do mercado", disse Mantega. Serão priorizados investimentos nos setores de gás e energia, bens de capital e infra-estrutura, entre outros. O recurso também deverá garantir os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e da Petrobras.

O dinheiro ficará disponível para o banco, que irá sacar conforme necessário. Contudo, Mantega ressaltou que os empréstimos serão condicionados à geração de empregos, e que isso estará explícito nos contratos. Em 2008, o banco emprestou cerca de 90 bilhões de reais, 40% acima do total de liberações de 2007.