Três dicas culturais e uma constatação

Para quem não viajou e ficou nessa São Paulo dos sonhos


1- O Centro Cultural Banco do Brasil faz shows em homenagem ao samba paulista

O projeto É Tradição e o Samba Continua... reúne sambistas de várias gerações no palco do CCBB, em cinco espetáculos diferentes.

A série É Tradição e o Samba Continua... tem como objetivo festejar o mais brasileiro dos ritmos e apresentar sambistas de diferentes gerações que tiveram a grande metrópole paulistana como palco principal de suas trajetórias.

Quando: Apresentações sempre às terças-feiras, com apresentações às 13 horas e às 19h30. 06/01 - Fabiana Cozza e Quinteto em Branco e Preto
13/01 - A Comunidade Samba da Vela e Osvaldinho da Cuíca
20/01 - Berço do Samba de São Matheus e Dona Inah
27/01 - Samba da Laje, Teroca e Velha Guarda da Camisa Verde e Branco
03/02 - Pagode da 27, Graça Braga e Chapinha (Porta Bandeira)

Quanto: R$ 6,00 e R$ 3,00 (¹/2 entrada)

Onde: Centro Cultural Banco do Brasil. Rua Álvares Penteado, 112 - Centro - São Paulo – Tel: (11) 3113-3651 / 3113-3652

Para mais informações: www.bb.com.br/cultura
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2- Apresentação de Dom Quixote de La Mancha

Em curta temporada, de 13 de janeiro a 19 de fevereiro, a Cia dos Imaginários, com direção de René Piazentin, traz sua adaptação de Dom Quixote de La Mancha ao Centro Cultural São Paulo.

Sem texto, apenas através de ação física e imagens, Quixote propõe uma releitura da obra usando como trilha sonora canções pop como “The Fool On The Hill”, dos Beatles.

Quando: 13 de janeiro a 19 de fevereiro. Terças, quartas e quintas, às 21h.

Quanto: R$ 15,00

Onde: Centro Cultural São Paulo – Sala Paulo Emílio Salles Gomes R. Vergueiro, 1000 – Paraíso. Tel: 3383-3400

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Mas, se prefere não enfrentar esse deserto metropolitano e divertir-se na congestionada Internet, há uma ótima sugestão:

Sobre o Ensaio da Cegueira:

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Ônibus

"Duplos, cor creme. Exatos em seus horários. O motorista dirige, cobra, anuncia as ruas.

Para um latino, os motoristas são pacientes. Às vezes, entram vinte, trinta pessoas. Ele controla passes, recebe dinheiro, dá troco, informa. Tem vez que a pessoa, no ponto, nada mais quer senão informação.

Perplexo, ouço ele responder, fechar a porta, ir embora.

Perplexo, admiro a paciência de quem viaja. E o ônibus prossegue, chega no horário ao outro ponto. Os horários são milagres. Como foram determinados? Levando em conta os congestionamentos? Pensando que em alguns trechos se possa demorar mais, por alguma razão? Pensando que em certos pontos sempre há mais passageiros para subir e demora-se para cobrar, já que é o motorista que faz o serviço? E os que pedem informações? Os que demoram a descer? E se acontece um acidente?

Ônibus-impaciência

Observo as pessoas que bufam e consultam os relógios e verificam pela décima vez a tabela de horário. Ônibus atrasado. Não é possível, esse país não anda, precisamos reclamar na BVG, a companhia. O ônibus chega, olho o relógio. Apenas dois minutos atrasado.

Aqui e lá

Se esses alemães conhecessem, utilizassem os ônibus paulistanos. Pensando nisso, compreendi diferenças fundamentais.

O motorista alemão ganha bem, veste-se bem, seu carro é limpo, as pessoas que entram estão bem-vestidas, é gente que teve escola, educação, mora com nível. E em São Paulo, ou no Brasil?

O motorista acorda às três e meia, quatro horas. Toma o trem de subúrbio lotado e atrasado. Outro ônibus lotado e atrasado. Deixou a mulher sem dinheiro, ela que se arranje para a comida.

No primeiro ponto o ônibus lota, isso quando já não saiu lotado do ponto inicial. No segundo, superlota, isso quando pára e fica uns 30 minutos para acolher a multidão ansiosa para chegas aos seus destinos.

No terceiro enfrenta a ira dos que não conseguem entrar. Não existem limites. Enquanto houver um milímetro, e mesmo quando não há, ocupável, entra mais gente.

Brigas com o cobrador pelo troco. Quem viaja também acordou cedo, a maioria tem somente um café no estômago.

O trânsito é extremamente lento, as ruas esburacadas, calor. Parte dessa gente nem sabe se terá o emprego no fim do dia. Pensa-se nos preços das coisas. Subiram ontem, amanhã vão subir de novo.

Em São Paulo (e no Brasil), pega-se ônibus quando se pode, quando ele passa, quando tem lugar."

Trecho do livro O Verde Violentou o Muro - Vida em Berlim, Antes e agora. Ignácio de Loyola Brandão

COMENTÁRIO: Realmente faz todo o sentido os bilhões de reais (dinheiro público, do contribuinte) gentilmente doados às montadoras para salvar as vendas dos pobres negociantes de latinhas fumegantes.

Também, é claro, faz todo o sentido as escolhas dos "paulistas e paulistanos" nas últimas eleições pelos candidatos que ora repousam em confortáveis poltronas dos palácios públicos.

Faz mais sentido ainda a predileção da nossa mídia (tão altruísta e sensível aos problemas sociais) pelos candidatos demos-tucanos, não?

DIVIRTAM-SE!

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