Crise: colapso do aparato repressivo pode esfacelar os EUA!

Como a crise poderá implodir o Império norte-americano.

Alguns de vocês já devem ter ouvido falar de Igor Panarin, analista russo que previu em 1998 a atual crise econômica dos EUA. Igor agora prevê uma guerra civil com a ruptura dos EUA em seis países diferentes entre 2009 e 2010.

Segundo IP, o Havaí ficaria sob domínio japonês ou chinês, o Alasca voltaria a ser controlado pela Rússia, a Califórnia e estados próximos seriam anexados ou ficariam sob influência da China, os estados do norte e centrais seriam influenciados pelo Canadá, o sul seria influenciado ou anexado pelo México e a costa leste formaria um novo país, lembrando a época das 13 colônias, e buscaria fazer parte da União Européia.

O analista russo considera que a crise econômica será tão severa que provocará a "degradação moral" dos EUA, precipitando a guerra civil e o desmonte do país. Embora eu considere a teoria de Igor Panarin um tanto exagerada quanto ao desfecho da gravíssima crise, que está ainda longe de seu ápice, creio que existe alguma possibilidade de ruptura dos EUA. Não levo em conta a crise econômica em sí, mas um de seus efeitos:o colapso do aparelho repressivo norte-americano.

A imprensa burguesa vende a idéia de que os EUA são a "terra da liberdade", onde existe o respeito à Lei e os Direitos Humanos são o centro do arcabouço legal. Pensar assim é um grave engano.

Na verdade, os direitos do cidadãos acabam perante o imperativo da "segurança nacional". Os EUA têm 23 agências governamentais apenas para a segurança interna, todas subordinadas à obscura NSA (National Security Agency). São 16 órgãos de espionagem que controlam cada passo dos cidadãos norte-americanos e também de estrangeiros.

Existem sistemas de vigilância em muitos produtos, desde sapatos a softwares. A Marinha desenvolveu um sistema de vigilância que pode armazenar dados biométricos, hábitos, preferências, vídeos e fotos de toda a população da Terra. Hoje, não existe empresa de grande porte nos EUA que não tenha funcionários treinados pela NSA, CIA e outras agências de espionagem. Até os registros de consultas a bibliotecas estão disponíveis para o Governo, e o cidadão não tem o direito de saber se está sendo investigado.

Nos EUA, existem mais pessoas presas do que em qualquer país do mundo. Hoje, mais de 7 milhões de norte-americanos estão na cadeia ou em liberdade condicional. São mais de 2,3 milhões de presos, sendo cerca de 46% negros. A proporção de negros em relação aos brancos na população geral é de apenas 13%. Isso sem falar da formidável capacidade bélica dos EUA, com presença militar em 130 países do mundo.

Evidentemente, quanto maior o aparato repressivo mais caro ele custa. Cerca de 80% do gasto público nos EUA é com segurança. Com a falta de recursos, o sistema entrará em colapso muito rápido, vergado pelo próprio peso. Com o colapso do aparato repressivo dos EUA, o campo ficará aberto para as milícias de extrema-direita. Elas são mais de 750 grupos, com cerca de 30 mil membros e centenas de milhares de simpatizantes, principalmente no meio-oeste. São grupos racistas, fundamentalistas cristãos e ultra-nacionalistas. Eles não perderiam a chance de tentar exterminar a multiracial, laica, intelectual e cosmopolita população da costa leste.

Afinal, eles são tudo o que eles odeiam. Por paradoxal que possa parecer, os mais nacionalistas americanos seriam os que precipitariam a nova Guerra de Secessão nos EUA. Seria a possibilidade real das sombrias previsões de Igor Panarin para os EUA serem verdadeiras.

Por marcosomag

Comentário: As teses catastrofistas são feitas a base de muita cola. Seus autores cheiram cola e comem a latinha.