Serra e o trem da alegria
Serra festeja trem da Alstom em operação Indiferente às pesadas acusações que recaem sobre a multinacional franco-suíça Alstom, de pagamento de propina a políticos tucanos e a autoridades da administração estadual, o governador José Serra (PSDB), acompanhou a entrada em operação do primeiro - de um lote de 16 - trem do metrô da capital, comprado da empresa por contrato que está sob investigação por suspeita de superfaturamento e burla à Lei de Licitações.
O Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) acusa o metrô paulistano de não ter conseguido provar até agora que pagou o menor preço pelos trens. O metrô contestou o TCE, alega que até obteve desconto ao pagar R$ 31,2 milhões por unidade.
Para ampliar a confusão, o governador Serra, que todos sabemos ser um "expert" em economia, ao acompanhar a entrada em operação desse primeiro trem da Alstom, falou em outro preço: R$ 27 milhões.
Só o governo paulista não investiga a multi. A Alstom é investigada pela Justiça da França e da Suíça, pelos ministérios públicos federal e estadual paulistas e pela Polícia Federal.
A empresa é acusada de nos últimos 14 anos ter pago suborno superior a R$ 34 milhões a autoridades do governo do Estado e a políticos tucanos paulistas, em troca da obtenção de contratos com órgãos públicos de São Paulo, particularmente com o metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
As investigações envolvem compras sem licitação, superfaturadas e com contratos irregulares, que já teriam caducado há muitos anos, mas que foram ressuscitados para essas operações. A multinacional só não é investigada pelo Executivo paulista, justamente seu maior parceiro nesses contratos.
Desde que o escândalo estourou em maio último - mas envolvendo operações dessa natureza feitas também nos governos tucanos de Mário Covas e Geraldo Alckmin - o governador José Serra impede qualquer investigação em sua área (Executivo), e até na Assembléia Legislativa.
Mantém a política de seus antecessores Covas e Alckmin em relação a denúncias de irregularidades, de impedir a instauração de CPIs.
Por isso, em 14 anos no Palácio dos Bandeirantes, os três governadores impediram a abertura de mais de 60 CPIs no Estado.
A mídia nativa não divulga uma nota sequer da farra tucana. Por que será?
Porque esse é o governo Serra.
O seu rodoanel é muito mais do que você imagina.
É mais superfaturamento, mais desemprego, mais trânsito, é mais degradação ao meio ambiente, é menos desenvolvimento e, por fim, é menos vergonha na cara de quem nele votou, dele se sustenta e a ele defende.
A Folha faz a sua publicidade: "A expectativa da RodoAnel, concessionária que detém a operação do trecho, é arrecadar R$ 200 mil diariamente, com o movimento de 145 mil veículos/dia. Os carros representam 80% desse volume de tráfego. Pelo contrato com o Estado, a concessionária deverá investir R$ 465 milhões, ao longo de 30 anos, em melhorias na pista.”
Ou seja, como bem observou PHA, "Com moedas de R$ 0,01, Serra quer arrecadar R$ 200 mil por dia". E aí eleitores dos demo-tucanos, sentem-se melhor, assim?
Quer mais?
Do site do PHA: Edital para obras na Nova Marginal Tietê impede concorrência
Comentários
E eles querem voltar ao poder executivo. Já imaginou o que nos espera?
abraços