Da vida à memória

Harold Pinter, Nobel Laureate, Dies at 78

LONDON (AP) - Nobel Laureate Harold Pinter’s wife says he has died after a long battle with throat cancer. He was 78.

Da página oficial: http://www.haroldpinter.org/home/index.shtml

"In 2005, Harold Pinter was awarded the Nobel Prize for Literature, the highest honour available to any writer in the world. In announcing the award, Horace Engdahl, Chairman of the Swedish Academy, said that Pinter was an artist 'who in his plays uncovers the precipice under everyday prattle and forces entry into oppression’s closed rooms'”.


Da wikipédia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Harold_Pinter#Encena.C3.A7.C3.B5es_no_Brasil

Biografia


Nascido no seio de uma família judaica, com ascendência sefardita portuguesa por parte de pai. Seu sobrenome Pinter, como ele próprio lembra, é uma adaptação ao inglês do sobrenome "Pinto".


Nasceu num subúrbio pobre de Londres, ao norte do Rio Tâmisa, parte leste da cidade, em Hackney, onde fez seus primeiros estudos.


Começou em meados da década de 1950 sua carreira teatral. A sua primeira obra importante foi Festa de Aniversário ((The Birthday Party, 1957), um fracasso na estréia mas um êxito na remontagem, depois de ter sido apresentada na televisão.


É um dos mais importantes renovadores do teatro moderno e as suas peças tem um estilo característico a que se deu o nome de pinteresco.


Nelas são criadas situações em que personagens normais, em suas vidas cotidianas, são colocadas repentinamente frente ao inesperado.


Traição, por exemplo, é uma peça que discorre de forma convencional sobre a vida de um casal e a sua separação depois da aventura da esposa com seu amante. Entretanto ela é apresentada ao reverso, em cenas que acontecem de trás para diante; uma das cenas iniciais é um encontro num bar do amante com o marido traído, depois da separação.


Pinter escreveu 29 peças, entre as mais reconhecidas estão Festa de Aniversário (The Birthday Party, 1957), O Porteiro (The Caretaker, 1959), Traição (Betrayal, 1978), Volta ao Lar (Homecoming, 1965), todas adaptadas ao cinema. Entre seus roteiros para cinema mais reconhecidos está A Mulher do Tenente Francês (The French Lieutenant's Woman, 1981).


Em outubro de 2006 foi aclamado por sua participação como ator na produção de A Última Gravação (Krapp's Last Tape) como parte da comemoração dos 100 anos do nascimento de seu autor Samuel Beckett e dos 50 anos do Royal Court Theatre.


Participação política


Bastante controverso politicamente, foi um forte opositor às políticas belicistas do final do século XX, opõe-se radicalmente à invasão do Iraque em 2003, contestando assim as políticas de George Bush e Tony Blair.


Entre outras polêmicas Pinter profere uma palestra na Conferência pela Paz nos Bálcãs, em 10 de junho de 2000, contra o bombardeamento de civis pela OTAN na Sérvia (Edição em inglês [1]).


Em 2001 Pinter incorpora-se ao Comitê Internacional na Defesa de Slobodan Milošević (ICDSM), o qual solicitava um julgamento justo e a sua libertação; Ele também assina um manifesto de artistas por Milošević em 2004.


Pinter considera Slobodan Milošević como uma figura digna e um "herói nacional" da Sérvia.


Pinter também é um grande apreciador de críquete.


Principais obras


Prosa
  • Kullus (1949)
  • The Dwarfs (1952-56)
  • Latest Reports from the Stock Exchange (1953)
  • The Black and White (1954-55)
  • The Examination (1955)
  • Tea Party (1963)
  • The Coast (1975)
  • Problem (1976)
  • Lola (1977)
  • Short Story (1995)
  • Girls (1995)
  • Sorry About This (1999)
  • God's District (1997)
  • Tess (2000)
  • Voices in the Tunnel (2001)

Poesia War (2003)

Teatro

  • The room (1957)

  • The birthday party (1957)

  • The dumb waiter (1957)

  • The caretaker (1960)

  • A slight ache (1961)

  • The homecoming (1965)

  • Md Times (1971)

  • No Maris land (1975)

Controvérsia

A premiação de Pinter ao Prémio Nobel recebeu grande oposição pelas posições veementes do dramaturgo contra a participação britânica na Guerra do Iraque.

No pensamento destes sua premiação se deveria mais a suas posições políticas pacifistas que ao valor literário de sua obra, o que certamente seria contestado por grande parte da crítica mundial que o considera um dos grandes autores do século XX.

Segundo a Reuters - O dramaturgo britânico e ganhador do Nobel de Literatura Harold Pinter, famoso pelos retratos mordazes e reflexivos sobre a vida doméstica, morreu aos 78 anos, informou a mídia britânica na quinta-feira.

Pinter, que sofria de câncer, morreu nesta quarta-feira. Ele recebeu o Nobel de literatura em 2005 pelo conjunto de sua obra, incluindo as peças "The Birthday Party" e "The Homecoming", consideradas pelos críticos como duas das melhores dos últimos cinquenta anos.

O dramaturgo opôs-se abertamente à invasão do Iraque, em 2003, comparando o governo do atual presidente norte-americano, George W. Bush, aos nazistas e chamando o ex-premiê britânico Tony Blair de "assassino em massa".

A segunda mulher de Pinter, Antonia Fraser, disse ao jornal The Guardian que ele era "um notável". "Foi um privilégio viver com ele por mais de 33 anos. Ele nunca será esquecido", disse.

O trabalho de Pinter influenciou toda uma geração de dramaturgos britânicos e introduziu uma nova palavra no dicionário inglês, "Pinteresco", que descreve perfeitamento os silêncios salpicados de reflexões ditas pela metade.

Suas peças eram cheias de tensão, com fantasias eróticas, obsessão, ciúme e ódio. Os críticos classificaram as obras-primas de Pinter como "teatro da insegurança".

Mas o dramaturgo, filho de um alfaiate judeu, nunca ajudou o público a decifrar o significado de suas peças, dizendo a eles: "não há distinção clara entre o que é real e o que é irreal".

Pinter também se destacou na carreira de roteirista.

ESCÂNDALO CONJUGAL

De 1958 a 1978, uma série de peças de Pinter mudou a face to teatro britânico. Mas ele demorou 15 anos para entregar seu próximo trabalho, "Moonlight".

Em 1980, ele protagonizou um escândalo conjugal, quando sua mulher, a atriz Vivien Merchant, pediu o divórcio porque ele tinha um caso com Lady Fraser, escritora renomada e filha de Lord Longford, que militava contra a pornografia.

Pinter se casou com Fraser naquele mesmo ano, mas Merchant, estrela de muitas peças de Pinter, morreu em 1982, vítima do alcoolismo.

No fim da vida, Pinter tornou-se um ativista político, defendendo os direitos humanos e o desarmamento nuclear. Ele também declarou-se contra a polícia internacional do Ocidente.

"Os crimes cometidos pelos Estados Unidos no mundo têm sido sistemáticos, constantes, clínicos, sem remorso e amplamente registrados, mas ninguém fala sobre isso", disse.

Al-Jazeera interviews Harold Pinter Part 2



Morreu Harold Pinter - «Perdemos um grande escritor e um grande homem»
«Perdemos um grande escritor e um grande homem», afirmou José Saramago após tomar conhecimento da morte do dramaturgo britânico Harold Pinter na noite de 24 de Dezembro.A notícia foi tornada pública pela mulher do escritor a quem a Academia Sueca atribuiu o Prémio Nobel de Literatura em 2005, descrevendo-o como um escritor “que, nas suas peças, descobre o precipício sob a conversa fútil do dia-a-dia e força a entrada nas salas fechadas da opressão”. Harold Pinter “devolveu o teatro aos seus elementos básicos: um espaço fechado e diálogos imprevisíveis onde as pessoas estão à mercê umas das outras e em que o presente se desmorona”, indicou a academia sueca.Nascido em Londres a 10 de Outubro de 1930 deixa-nos mais de trinta peças de teatro, para além de livros de poemas e guiões para programas de rádio e de televisão e para obras cinematográficas e uma presença constante na luta pela defesa dos direitos humanos, assumindo nos últimos anos uma clara divergência contra a invasão do Iraque por parte dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha.

Na página oficial do escritor podem ler-se alguns dos seus textos bem como conhecer a fundo a vida e a obra do autor que agora nos deixa.

God Bless America

Here they go again,
The Yanks in their armoured parade
Chanting their ballads of joy
As they gallop across the big world
Praising America’s God.

The gutters are clogged with the dead
The ones who couldn’t join in
The others refusing to sing
The ones who are losing their voice
The ones who’ve forgotten the tune.

The riders have whips which cut.
Your head rolls onto the sand
Your head is a pool in the dirt
Your head is a stain in the dust
Your eyes have gone out and your nose
Sniffs only the pong of the dead
And all the dead air is alive
With the smell of America’s God.
Harold Pinter, Janeiro 2003

Publicado em 26 Dezembro 2008 às 12:02 am e está arquivado em Notícias.


Abaixo, a versão tupininquim de Haroldo Pinto entrevista, o não menos tupininquim, Wagner Moura:

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