Banco Itaú está entre os mais expostos aos fundos de Madoff

Cresce a lista de empresas prejudicadas pela fraude gigantesca do ex-presidente da Nasdaq, Bernard Madoff
Da agência Estado

SÃO PAULO - O Brasil é um dos países em que os fundos do gestor americano Bernard Madoff estavam mais difundidos. Ele foi preso na quinta-feira passada em Nova York, acusado de uma fraude que provocou perdas estimadas em US$ 50 bilhões ao redor do mundo.

Bancos e gestores de recursos ofereciam no País, direta ou indiretamente, produtos da Bernard L. Madoff Investment Securities LCC.

O Banco Itaú, por meio da subsidiária Itaú Europa, ofereceu a clientes de alta renda um fundo que aplicava em um fundo gerido por Madoff. Procurado, o Itaú disse que não vai se manifestar sobre o assunto.

Nesta quarta, a procura de investidores brasileiros por escritórios de advocacia continuou intensa. Um deles contou que recebeu, apenas no período da manhã, três potenciais clientes que buscavam informações sobre como proceder no caso. A perda de cada um era de aproximadamente US$ 1 milhão. Outro advogado relatou que tem recebido no escritório "muita gente irritada".

No mercado financeiro, circulam informações desencontradas sobre quanto os brasileiros poderiam ter perdido com a fraude. O que se sabe é que o Brasil era um dos principais alvos dos negócios de Madoff por causa da riqueza gerada no País nos últimos anos, especialmente via aberturas de capital (IPOs) de empresas.

Uma nova geração de milionários se formou com essas operações.Também há muitos clientes, que, segundo advogados, não declararam o dinheiro ao Fisco. Por isso, esses profissionais avaliam que nem todas as consultas dos últimos dias resultarão em ações na Justiça dos EUA.

As pessoas lesadas por Madoff sabem que dificilmente receberão seu dinheiro de volta, pois, segundo o próprio gestor americano, sobraram cerca de US$ 300 milhões dos US$ 50 bilhões que sua empresa administrava.

A esperança dos brasileiros é obter algum ressarcimento das instituições que revenderam fundos de Madoff.Muitas gestoras estão cientes desse movimento e também têm procurado bancas de advocacia para se precaver. Um advogado informou que passou a quarta-feira em reunião com gestores que queriam entender o problema e o eventual grau de co-responsabilidade no caso.



Outros bancos brasileiros caíram na fraude das pirâmides financeiras

Alguns dos maiores bancos do mundo anunciam ter sido vítimas da fraude bilionária do ex-presidente da bolsa americana Nasdaq. Bernard Madoff criou um esquema de pirâmide financeira que provocou prejuízo estimado em US$ 50 bilhões.

O plano fradulento atingiu os maiores bancos mundiais. Estão na lista o espanhol Santander, os britânicos Royal Bank of Scotland e HSBC, o francês BNP Paribas e os brasileiro Itaú-Unibanco e Safra.

Só o HSBC pode ter perdido um bilhão de dólares. O Santander admitiu ter investido cerca de 2 milhões de de euros nos fundos de Madoff em nome de clientes.

Na França, os fundos chegam a 350 milhões de euros. E a cada momento, aparecem novas vítimas. No esquema utilizado por Madoff, os investidores tinham a promessa de receber lucros astronômicos sob o valor aplicado. Mas, na verdade, os investidores mais antigos recebiam o dinheiro dos mais novos. E como todo esquema de pirâmide, esse também quebrou. Madoff foi preso na última quinta-feira.

Segundo a Gazeta Mercantil,


As perdas com as aplicações em fundos sob a gestão de Bernard Madoff, ex-dirigente da bolsa Nasdaq preso na semana passada por liderar um esquema de pirâmide financeira, têm preocupado investidores brasileiros de private banks, áreas das instituições financeiras voltadas para gestão de fortunas. As possíveis perdas são alvo de intensa especulação no mercado financeiro.


Estima-se que o prejuízo de brasileiros com esses investimentos pode chegar a US$ 2 bilhões. O principal canal de exposição aos fundos da Bernard L. Madoff Investments Securities eram as aplicações feitas no Fairfield Sentry Fund, hedge fund da Fairfield Greenwich Group, que tinha como um dos sócios Walter Noel, casado com a brasileira Mônica, irmã do carioca de origem suíça Alex Haegler.


De acordo com o site do Fairfield, o fundo tinha como representante no Brasil Bianca Haegler, filha de Alex. Fontes consultadas pela Gazeta Mercantil afirmam, porém, que o fundo também era oferecido por bancos locais.


Em nota, o Fairfield Greenwich Group (FGG) comunica que tomará as medidas jurídicas cabíveis para defender os interesses do grupo e de seus cotistas, vítimas do esquema de fraude da firma de Madoff. O FGG informa que não tem agente ou representante no Brasil e apenas dispõe de um consultor de negócios.


Os recursos sob gestão do FGG em 1 de novembro de 2008 somavam cerca de US$ 14 bilhões, dos quais US$ 7,5 bilhões estavam aplicados em fundos da gestora de Madoff.


Até o momento, a única instituição brasileira a admitir que ofereceu produtos de Madoff foram o Safra, além da denúncia de clientes do Itaú Private em escritórios advocatícios. Procurado pela reportagem, o Bradesco negou qualquer exposição de seus clientes a fundos que aplicavam recursos em produtos administrados pelo escritório do ex-presidente da Nasdaq.


Por meio da assessoria de imprensa, o Unibanco afirmou que jamais distribuiu, ofereceu ou recomendou o fundo Fairfield. Já o Itaú informou que não comentaria o assunto.


Especificamente no caso do Santander, fontes relatam que clientes brasileiros da área de private banking estariam entre os investidores do Optimal, da gestora de hedge funds da instituição que possuía uma exposição de US$ 3,1 bilhões em ativos administrados por Madoff.


Questionada pela reportagem, a assessoria do banco em Madri informou que em nenhum momento o Optimal foi oferecido pela unidade brasileira, mas reconheceu a possibilidade de existirem brasileiros entre os clientes que aplicaram no fundo por meio de escritórios do grupo espanhol no exterior.


O HSBC informou que nunca ofereceu a seus clientes do Brasil e do exterior produtos financeiros administrados por Madoff. O banco informa, ainda, que a sua divulgada exposição de US$ 1 bilhão ao fundo em questão refere-se a garantias de financiamentos dadas por clientes institucionais.


O BNP Paribas, que estima perdas potenciais de US$ 470 milhões, informou que não distribui na área de gestão de recursos do banco no Brasil nenhum fundo que aplica em produtos da gestora.


Outro que anunciou perdas com o esquema de fraude construído por Madoff foi o banco suíço Banque Bénédict Hentsch, que informou exposição de aproximadamente US$ 47,8 milhões aos produtos de Madoff. O banco havia se associado à Fairfield Greenwich em setembro deste ano, mas cancelou a parceria em 14 de dezembro, após o anúncio das perdas da Fairfield com os produtos de Madoff. A nossa exposição aos produtos de Madoff são de investimentos próprios e não da parceria com o Fairfield , ressalta Bénédict G.F. Hentsch, fundador do banco. Hentsch atuou durante dez anos no Brasil, onde trabalhou no J. P Morgan.


Em seu site da internet, o banco suíço afirma conhecer o mercado brasileiro e as oportunidades de negócios entre os dois países. Banque Bénédict Hentsch quer ser o elo de ligação (sic) entre este rico país e a Suíça, país reconhecido pela comunidade financeira internacional, por sua neutralidade e seriedade, oferecendo segurança física, jurídica e financeira sem precedentes com outros países , informa o site. Hentsch, porém, não confirma se o banco atende clientes brasileiros, nem se parte dos US$ 47,8 milhões com produtos de Madoff envolvia recursos do Brasil.

(Gazeta Mercantil - Silvia Rosa e Vinícius Pinheiro)

Comentários

Anônimo disse…
A hsitória de sempre. Compro a "guitarra" (máquinha de fazer dinheiro) e, quando ela para de funcionar, vou correndo gritar e fazer BO em delegacia de polícia. Fui enganado! Prendam o vigarista!
O mesmo se dá com quem cai no conto do "bilhete premiado".
Estudar história é legal. Conhece-se gente interessante do passado. Como o ítalo-americano Charles Ponzi. Que "inventou" o tal sistema Ponzi. Ou o que os antigos chamavam, aqui na terra brasilis, de deixar um santo nu...
Para quem tiver a curiosidade, o Charles Ponzi, após cumprir pena nos EUA veio para o Brasil. Representante de Alitalia, indicado pelo Benito. O Mussulini. Quando a guerra veio e o Getúlio leilou o Brasil, o Ponzi perdeu a boquinha. Morreu na miséria. Foi enterrado como indigente no Rio de Janeiro. Lugar bem próprio, aliás!
Anônimo disse…
Em tempo: esses nacionais aplicadores clandestinos do Mad-off (seria mais apropriado Mad-on) estão sujeitos a multas de 100% pela Receita Federal. É, pouca gente vai se queixar além de para o Bispo...rs

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