Após a tempestade, ficam as poças

Cautela, mesmo quando passar a crise.

Diversificar, checar as empresas e definir se tem recursos para aplicar a curto, médio e longo prazo. Esses são os cuidados que os investidores devem ter em tempos de crise financeira ou não, de acordo com Rogério Sobreira, professor de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), "São cuidados básicos para quem quer investir.

Agora, com o mercado passando por uma crise, quem vai investir em ações tem que saber que a volatilidade é maior. Por isso, antes de fechar negócio, é necessário saber que o que vale são os investimentos de longo prazo. E quando falo longo prazo, estou falando em dois ou três anos. Se o investidor for precisar dos seus recursos em três meses, por exemplo, não vai fazer um bom negócio. É preciso ter em mente que estamos no meio de um turbilhão", explica Rogério.

No entanto, além de definir por quanto tempo pode bancar o investimento, é preciso também, segundo Rogério, olhar com cuidado as empresas onde vai investir. "Não podemos prever o que vai acontecer mas sabemos que alguns setores devem ser mais afetados do que outros. Por isso, o ideal é evitar as empresas de segunda linha. As empresas de primeira linha, como Banco do Brasil, Vale, Petrobras, CSN, Usiminas, Bovespa, Itaú e Bradesco, por exemplo, tendem a resistir mais a crise", conta.

Superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), José Alexandre Cavalcante Vasco concorda com Rogério e diz que a crise não trouxe grandes mudanças no que diz respeito aos cuidados que os investidores devem ter.

É sempre importante verificar se a corretora ou o agente autônomo tem registro na CVM. Isso é fundamental para evitar prejuízos e é fácil ter acesso a essas informações, basta acessar o site www.portaldoinvestidor.gov.br

“, diz Vasco, lembrando que no portal também é possível consultar o balancete de cada fundo de investimento.

"O administrador da carteira tem que passar os dados para o investidor, tem que informar o regulamento e o prospecto do fundo escolhido, além das políticas de investimento e da participação dos fundos em assembléias. É fundamental ter esses dados para poder tomar as decisões", diz, lembrando que é possível recuperar alguns prejuízos que não sejam decorrentes do risco de mercado.

"Não existe ressarcimento de perdas de investimento mas se a corretora tiver omitido algum fato, aí é possível mudar o quadro", explica.

No entanto, de acordo com Rogério, se o investidor já tiver tido prejuízos em decorrência da crise, ele deve evitar sair do mercado. "Quem já foi vitimado deve esperar, pois existem os tempos de crise e os tempos de estabilidade.

Mas repito: é preciso saber o valor dos recursos que pode dispor. E mais: o investidor tem que saber o risco que pode e quer correr. Se ele não suporta volatilidade, não tem que investir em ações. Uma pessoa conservadora investe em ativos, porque eles oferecem riscos menores.

Não é hora de ninguém se aventurar", explica Rogério. Professor de Finanças do Ibmec, Paulo Di Blase, também acredita que em tempo de crise quem é conser vador não deve arriscar. "Um dia a ação sobe 10% e no outro cai 10%. Vai levar tempo para que o mercado se recupere. Então, quem tem aversão a risco deve investir, por exemplo, em CDBs de bancos de primeira linha. Quem já está na Bolsa precisa ter paciência para esperar o mercado mudar", diz.

Se a crise não trouxe grandes mudanças para os investidores, já que eles sempre precisaram se informar sobre o sobe-e-desce do mercado, segundo Vasco, até agora não houve também alteração nas obrigações das administradoras. "Continuamos a exigir documentação, continuamos exigindo que informem ao cliente que se ele for operar derivativos que existe mais volatilidade e garantindo que o investidor preencha ficha cadastral e decida se pode tomar decisões por telefone, por exemplo. Então, as regras não mudaram porque já acreditamos que funciona de maneira adequada", explica Vasco.

VAI INVESTIR EM AÇÕES? FAÇA ALGUMAS PERGUNTAS.
VAI INVESTIR EM FUNDOS MÚTUOS? FAÇA ALGUMAS PERGUNTAS.


  1. Onde e como posso obter o regulamento do fundo?

  2. Que tipo de informações tenho direito de receber sobre o fundo?

  3. Qual a periodicidade com que devo receber informações?

  4. Qual o prazo para resgatar?

  5. Qual foi o desempenho desse fundo até o momento?

  6. Onde posso obter informações imparciais sobre seu desempenho?

  7. Que posição ocupa em comparação com outros fundos semelhantes, ou ainda em relação a um índice de mercado?

  8. que papéis compõem a carteira desse fundo? Com que frequência esses papéis são trocados?

  9. Há na composição da carteira desse fundo algum valor mobiliário com alto grau de risco, como, por exemplo, derivativos?

  10. Quais são os riscos específicos de investimentos nesse Fundo?

Atenção extra ao operar no Home Broker

Onde e Como Investir

Em épocas de crise, quem investe pela internet, no chamado Home Broker, tem que redobrar os cuidados.

"Quando a bolsa está em alta, é fácil ganhar. E isso traz a sensação de que investir é moleza. Agora, com toda essa turbulência, não basta ler um livro sobre o assunto ou ouvir uma dica de amigo. Quem investe de casa e não estuda tem muita chance de ter prejuízo", diz Hélio Pio, responsável pela Mesa de Operações da Ágora.

Para ele, a crise que já fez muita gente perder dinheiro traz também grandes oportunidades.

"O mercado de renda variável é um bom investimento, desde que o investidor tire um tempo do seu dia para conhecer o mercado. Ninguém quer que o médico deixe de ser médico, mas ele tem que ler os relatórios, conversar com a corretora e ter em mente que os investimentos são a longo prazo". Paulo Di Blase, professor de Finanças do Ibmec, concorda com Hélio. "O fundamental pra quem opera no sistema Home Broker é filtrar as informações. Chegam centenas todos os dias e nem todas são isentas. Antes da crise, bastava aplicar o dinheiro porque ele ia render. A tendência era de alta. Agora que o cenário mudou ficou difícil até para profissional ganhar dinheiro", explica Paulo.

Para Rogério Sobreira, professor de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV), houve um boom de investimentos via Home Broker nos últimos anos, mas as pessoas esqueceram de contar que não existem só histórias de sucesso. "Só se dá bem quem conver sa com economistas e corretores, quem lê os relatórios, quem pensa nas decisões que vai tomar. Em épocas de crise isso fica sendo imprescindível".

De acordo com José Alexandre Cavalcante Vasco, Superintendente de Proteção e Orientação aos
investidores da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), quem opera pela internet também tem seus direitos assegurados. "Quando uma corretora fica mais de 30 minutos indisponível, a Bolsa e a CVM são comunicadas e ficam sabendo o motivo pelo qual ela fora do ar. Quando isso acontece, o investidor passa a ter um telefone para fazer suas operações", conta Vasco, lembrando que apesar do crescimento das operações pela internet ainda há muita gente que opera de uma forma não compatível com seu perfil.

"Algumas pessoas não têm o grau de informação necessário sobre o produto. Na maioria dos
casos quem tem resultado negativo é porque não entende bem o que faz. Antes de investir é necessário procurar uma corretora até encontrar a que oferece melhores condições, sabendo que cada uma fixa o mínimo a ser investido
".

Em tempos de crise é preciso também pensar muito antes de definir como gerenciara previdência privada. "O primeiro passo é: não se aventurar. Defina antes de abrir o plano o risco que pretende correr. Se a pessoa já tiver o plano deve repensar esses riscos lembrando que levou tempo para acumular esses recursos" , diz Rogério.

Para Hélio, quem já administra o próprio plano pode fazer a seguinte conta: se tiver entre 28 e 30 anos e for se aposentar aos 60, vale investir em ações durante 25% do tempo que falta para deixar de trabalhar. Depois desse período, não é aconselhável se arriscar tanto.

No entanto, se o investidor tiver hoje 45 anos é bom ser agressivo, ou seja, investir em ações, por mais 5 anos. Nos próximos 10, dos 50 aos 60, vale optar por investimentos de risco moderado. E nos últimos 5, se a pessoa for se aposentar aos 65, deve ter cautela e optar por investimentos con
servadores como títulos do governo, por exemplo.

"Só vale ser agressivo se tiver tempo para se recuperar. Quem precisa do dinheiro a curto prazo não tem que arriscar", diz.

Em tempo, conforme Ag Reuters, Meirelles afirmou que nossa economia está sólida, os bancos estão líquidos e a mídia nativa está gasosa:

Os números do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre comprovam a força da economia brasileira em meio ao agravamento da crise externa e indicam que a desaceleração no país será menor e mais curta que em outras economias, afirmou o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

"A consistência da política econômica, que alia responsabilidade fiscal com câmbio flutuante e metas de inflação, é o que nos permite enfrentar com serenidade as mudanças do cenário internacional", avaliou Meirelles por meio de sua assessoria.

Para Mantega, PIB forte do 3º tri dá musculatura contra a crise

O ministro da Fazenda, Guiido Mantega, comemorou o desempenho da economia brasileira no terceiro trimestre, afirmando que os números dão musculatura ao país para enfrentar a crise financeira global.

Ele admitiu, no entanto, que o resultado do quarto trimestre não será tão bom."(Os números) nos colocam em condições mais favoráveis para o enfrentamento da crise", disse Mantega a jornalistas nesta terça-feira.

O IBGE informou nesta manhã que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 1,8 por cento no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores e 6,8 por cento na comparação com igual período de 2007, bem acima das expectativas do mercado.

Para Mantega, aqueles que estão falando em recessão no ano que vem estão "profundamente" enganados e um crescimento de 4 por cento "é uma meta que temos que trabalhar para alcançar" em 2009.

Neste ano, o ministro estima crescimento entre 5,0 e 5,5 por cento do PIB

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