MP 443 facilitará venda da Nossa Caixa ao Banco do Brasil,

Agência Brasil 06/11/2008 08:14

BRASÍLIA - A Medida Provisória 443 (MP 443), que permite ao governo federal assumir o controle de bancos em dificuldades, facilitará a venda da Nossa Caixa, banco estatal do governo paulista, ao Banco do Brasil (BB), admitiu ontem o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).

Ele negou ter conversado sobre o assunto em encontro no início da noite com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, mas afirmou que as negociações continuam.

Na reunião, Serra e Mantega conversaram sobre medidas de ajuda ao setor automobilístico promovidas em conjunto pelo Banco do Brasil (BB) e pela Nossa Caixa.

O governador paulista, no entanto, negou que as ações coordenadas entre os dois bancos representem o início da incorporação do banco paulista pelo BB. "Esse alinhamento aconteceria de qualquer maneira", alegou.

Quando questionado, lembrou que as negociações para a venda da Nossa Caixa ao BB se estendem desde abril, mas admitiu que a medida provisória abre a possibilidade para que a transação seja concluída mais rapidamente, ao facilitar a transferência de ações do banco paulista para o governo federal.

"Uma das formas [de negociação] abertas pela medida provisória é a transferência de ações. Isso não seria propriamente uma venda, mas abre uma possibilidade mais rápida a respeito da venda", especulou Serra.

Em relação à fusão entre o Unibanco e o Itaú, o governador afirmou não acreditar que a criação do maior banco da América Latina vá interferir diretamente no valor da venda. "Os preços [dos ativos da Nossa Caixa] foram definidos por consultores dos dois lados, mas ainda não se chegou a nenhuma conclusão", declarou.

Ele afirmou não poder informar qual seria o preço ideal da Nossa Caixa. "Não poderia especular, até porque isso contraria as normas da CVM [Comissão de Valores Mobiliários]", desconversou.

(Agência Brasil)

Segundo o portal G1, A possibilidade de o Banco do Brasil comprar a Nossa Caixa deixou apreensivos candidatos que prestaram o concurso para cargos no banco estatal paulista no ano passado.

Mas especialistas ouvidos pelo G1 consideram que a aquisição não irá interferir no processo de convocação nem na abertura de novos concursos.

Em meio à negociação de incorporação, o diretor-presidente da Nossa Caixa, Milton de Melo Santos, anunciou um novo concurso para o segundo semestre deste ano, destinado à formação de cadastro de reserva para o cargo de auxiliar administrativo, devido à abertura de até 20 novas agências no estado de São Paulo nos próximos meses.

No entanto, há outro concurso em andamento para o mesmo cargo, homologado em 30 de janeiro. Além de formação de cadastro para auxiliar administrativo, o concurso previa uma vaga e formação de cadastro para engenheiro agrônomo, uma vaga e formação de cadastro para engenheiro civil e 36 vagas e formação de cadastro para analista de informática júnior (sistemas).

Segundo a assessoria de imprensa da Nossa Caixa, 1,4 mil pessoas foram aprovadas para auxiliar e, até o momento, 445 foram convocadas. Já para analista 554 foram aprovadas e 49 foram convocadas. Para engenheiro agrônomo passaram 146 pessoas e 3 foram convocadas; outras 73 foram aprovadas para engenheiro civil e 5 foram convocadas. O concurso tem validade de dois anos e pode ser prorrogado pelo mesmo período. Até lá, segundo o banco, mais aprovados podem ser chamados de acordo com a necessidade da instituição, que inclui abertura de novas agências e substituição de funcionários que se aposentam ou deixam os cargos (demitidos).

Segundo a Nossa Caixa, independentemente das negociações com o Banco do Brasil, os aprovados poderão continuar sendo convocados, e o novo concurso sairá ainda este ano.

Independência
Para Paulo Augusto Silva Novaes, advogado especializado em fusões e aquisições, a possibilidade de a Nossa Caixa ser comprada por um banco cujo acionista majoritário é o governo federal pode ser boa para os candidatos a concursos.

É mais comum o banco ser incorporado e deixar de existir quando é comprado por uma instituição privada, aí aumenta a possibilidade de haver corte de pessoal”.

O Banco do Brasil pode manter a independência da Nossa Caixa, que por sua vez tem uma marca forte no estado”. Mas ele salienta que os candidatos que prestaram o concurso para formação de cadastro de reserva não têm o direito adquirido da vaga, mas apenas uma expectativa de direito de um dia virem a ser chamados para trabalhar na Nossa Caixa.

Segundo Novaes, quando o concurso prevê cadastro de reserva no edital não há como acionar a Justiça para garantir a vaga.

Soma
Para Raquel Kacelnikas, diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e funcionária da Nossa Caixa, se a compra pelo BB se concretizar, não haverá alteração no número de funcionários nem nas contratações por meio de concurso.

Se o Banco do Brasil quer crescer, com a Nossa Caixa será uma soma”, diz. Ela considera que a Nossa Caixa ainda tem bastante espaço para crescer dentro do estado de São Paulo e, assim, gerar novos empregos.

Quem fez concurso não precisa ficar preocupado e, além disso, ainda há espaço para novos concursos”, garante. Segundo ela, de 30% a 40% dos aprovados em concurso não respondem à convocação do banco. Dos que entram, 30% saem da Nossa Caixa no período de um a um ano e meio para trabalhar em outros locais.

Vale destacar que atualmente, a Nossa Caixa vem operando suas unidades com apenas 60% do contingente de pessoal disponível.

“Faltam funcionários para as agências já abertas e existem bairros em São Paulo que não têm agência. Por isso há espaço para mais empregos.”

No blog do Luis Nassif econtrei o seguinte comentário: "Quanto à promessa do governador José Serra de utilizar a Nossa Caixa para operação semelhante (financiamento de automóveis), não entendi.

1- O banco está praticamente vendido para o Banco do Brasil. Esta semana soltou uma publicidade de capa dupla no Estadão.

2- Agora, Serra promete ajuda às montadoras.

3- Não seria mais civilizado tomar decisões em conjunto com o futuro comprador?

Ocorre que Serra já pôs sua banda na rua para tocar até 2010. Em se tratando de corrida eleitoral esperar coerência (sensatez ou civilidade) é, no mínimo, ingenuidade.

Segundo a ag Reuters: O G20 (a reunir-se em SP) deve discutir a criação de órgãos de regulamentação globais, além de medidas que possam recuperar a economia, afirmou nesta sexta-feira o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

"Serão dois focos de discussão. Resolver o problema desta crise internacional e, olhando à frente, a questão da regulamentação", disse a jornalistas após um evento em São Paulo.

"Uma das coisas que está em pauta é a discussão de órgãos que possam regulamentar as operações financeiras globais, que extrapolam cada governo."

Ministros de Finanças e presidentes de bancos centrais do G20 participam neste final de semana de um encontro em São Paulo.

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