Banco Nossa Caixa S/A: Liberdade ainda que tardia
O Banco do Brasil negocia ainda a compra do BRB (Banco Regional de Brasília) e de metade do banco Votorantim, de propriedade da família Ermírio de Moraes. Caso concretize esses negócios, poderá voltar a ser a maior instituição financeira do país. a instituição aprovou a compra do Banco do Piauí.
O Banco do Brasil encerrou o terceiro trimestre deste ano com lucro líquido de R$ 1,867 bilhão, um crescimento de 36,9% sobre o mesmo período de 2007. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, o crescimento foi de 13,6%.
Em conformidade com o § 4º do artigo 157 da Lei nº 6.404, de 15 dezembro de 1976, e o disposto na Instrução CVM nº 358, de 3 de janeiro de 2002, o Banco Nossa Caixa S.A. (“Companhia”) vem tornar público que o Estado de São Paulo, acionista controlador da Companhia, enviou nesta data a seguinte notificação à Companhia:
São Paulo, 20 de novembro de 2008.
Jorge Luiz Avila da SilvaDiretor de Finanças e de Relações com Investidores
O Banco Nossa Caixa agradece e dá as boas vindas ao seu novo controlador.
Parabéns a Lula e ao Banco do Brasil
Estão de parabéns o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a direção do BB pela aquisição da Nossa Caixa.
Lula não deu ouvidos ao PT, que teme o fortalecimento de Serra para 2010. Serra não deu ouvidos aos porta-vozes dos banqueiros, que desejavam um leilão de venda amplo, com a participação dos bancos privados.
Que coisa feia! O PT de mãos dadas com os banqueiros contra o fortalecimento do Banco do Brasil!
A absorção da Nossa Caixa é estratégica para que o Banco do Brasil possa competir nestes tempos de consolidação, que é o outro nome da oligopolização do mercado bancário.
A operação permite ao governo de São Paulo obter recursos para investimentos, sempre importantes mas agora vitais, por causa da crise. E o dinheiro foi conseguido sem privatizar.
Serra aplicou em si próprio uma vacina contra prováveis ataques daqui a dois anos (se ele for candidato). Como é que vão acusá-lo de "privatizante"? Daí a razão por que o PT está incomodado. Não é só por causa do dinheiro adicional nos cofres paulistas.
O Brasil precisa, hoje mais do que antes, de bancos estatais que estejam preparados e dispostos a emprestar dinheiro para fazer a economia andar. Até porque no Brasil é mesmo uma moleza.
Banco pode sobreviver muito bem sem emprestar, como estamos vendo. Basta cobrar caprichadamente nas tarifas e investir em títulos públicos parte do compulsório gentilmente doado pelo Banco Central.
Funcionários da Nossa Caixa não serão demitidos, diz BB
O Banco do Brasil informou que foi mal interpretado ontem sobre o fechamento de 30 agências da Nossa Caixa no Estado de São Paulo. Em uma reunião com representantes do Sindicato dos Bancários de São Paulo, o presidente do BB, Antônio Lima Neto, afirmou que não haverá demissões de funcionários da Nossa Caixa e que, durante o processo de integração da instituição paulista, serão avaliadas as possibilidades de manutenção das atuais agências ou remanejamento para outras localidades.
"Em princípio, não pensamos em fechar as agências e não se fala em demissão, até porque o banco tem planos de se expandir", informou a assessoria do BB.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Luiz Cláudio Marcolino, o presidente do BB assumiu compromisso de manutenção dos empregos, mas a entidade vai buscar garantir isso por escrito durante o processo de negociação para a aprovação do projeto de venda da Nossa Caixa na Assembléia Legislativa em São Paulo.
"O presidente se comprometeu em preservar os empregos, os direitos e trabalhar em um processo de incorporação tranqüilo", disse Marcolino.
A Nossa Caixa possui 14.708 funcionários e o Banco do Brasil, 84.258.
No entanto, salta aos olhos o enorme desequilíbrio na distribuição dos funcionários da Nossa Caixa quando comparados os que, efetivamente, trabalham nas unidades de negócios e os que se mantêm nos departamentos e regionais de negócios.
O Banco Nossa Caixa encerrou o 3T08 com 14.318 funcionários, dos quais 10.559 operacionais e 3.759 administrativos. Ou seja, os custos administrativos no banco superam qualquer linha de racionalidade, esses 26,25% de apadrinhados esbanjam incopetência e arrogância no relacionamento com os 74% restantes que, bravamente, revertem positivamente os Demonstrativos de Resultados Gerenciais, que são absorvidos e negativados pelas despesas departamentais.
A nova direção do Banco do Brasil terá que se atentar para essas distorções que há décadas permanecem intocáveis no âmbito da administração do banco paulista.
Neste trimestre, houve 811 desligamentos e 421 contratações resultando em uma redução de 390 pessoas no quadro de funcionários do Banco em relação ao final do segundo trimestre de 2008.
Ressalte-se outro equívoco denominado "Cadastramento de Rede" promovido por sua direção em que ocorreu um esquema de promoções à revelia de perfis, conhecimentos e experiência profissionais, no qual foram "premiados" alguns poucos funcionários alinhados com a mediocridade que sempre caracterizou a administração atual e que, até o momento, não souberam esclarecer quais os critérios que originaram tamanha discórdia entre a expressiva maioria dos empregados, e a mais completa omissão do COREP, Conselho de representante de funcionários presidido pela esposa do dep. David Zaia (PPS/SP).
A falta de ética e profissionalismo das Diretorias de Redes de Distribuição (Daniele Luneta) e de Recursos Humanos (Marly Juskevicius) verificada num flagrante processo de estrangulamento das capacidades deságuou numa enxurrada de denúncias, e posterior intervenção do Sindicato dos Bancários junto às áreas responsáveis pelo tal "Cadastramento de Rede" como foi divulgado no site SPBancários:
São Paulo - O Sindicato está recebendo queixas dos bancários sobre o processo seletivo interno, denominado Cadastramento de Rede 2008, colocado em prática de forma unilateral pela Nossa Caixa para promoção no Plano de Cargos e Salários (PCS).
Os funcionários apontam falhas em todo o processo, como inscrições não efetivadas, informações sobre datas e locais de provas desencontradas e gerentes que participaram de banca avaliadora e que deram treinamento direcionado a seus subordinados. Além disso, as entrevistas com psicólogos eram acompanhadas pelos gestores, causando constrangimento entre os funcionários.
“Sempre defendemos a realização de concursos internos para acabar com favorecimentos. A Nossa Caixa fez um processo repleto de falhas e provocou a revolta de muitas pessoas que esperaram anos para serem promovidas e se sentiram prejudicadas”, destaca o diretor do Sindicato Paulo Rangel.
O dirigente lembra que o Sindicato havia reivindicado ao presidente da Nossa Caixa, Milton Luiz de Melo Santos, que a seleção não fosse realizada, justamente por conter problemas. Mesmo assim, Milton manteve o processo.
“Há denúncia de que houve, inclusive, vazamento de informações para que alguns funcionários fossem aprovados. Foi criada uma situação onde todos desconfiam de todos, piorando ainda mais o clima entre os bancários que já estavam apreensivos com as negociações do processo de incorporação da Nossa Caixa pelo Banco do Brasil”, acrescenta Rangel, afirmando que o Sindicato voltará a procurar o banco para cobrar solução dos problemas.
Jair Rosa (SPBancários) - 03/09/2008
Se não vai para a agência nem para a concentração por estar em greve, também não vai para nenhuma reunião convocada pelo banco. Essa é a resposta que o Sindicato deu para a Diretoria de Rede (DRD) do Banco Nossa Caixa que tem convocado os trabalhadores para participar de reuniões em plena greve da categoria.
"A intenção de Daniele Luneta, responsável pela DRD, é desmobilizar os bancários. Por isso a nossa resposta tem de ser contundente: ninguém deve ir para essas reuniões. Se tiver qualquer tipo de pressão, os bancários devem denunciar ao Sindicato", diz a diretora do Sindicato Raquel Kacelnikas.
A dirigente afirma ainda que não existe qualquer orientação da direção do banco para inibir a participação dos bancários na greve. "Em vez de tentar desmobilizar os bancários, o Daniele tem de despertar para a realidade e verificar os motivos que tem levado o funcionalismo da Nossa Caixa e desencadear uma das mais fortes greves da sua história e em todo o estado. A questão que está colocada não é apenas a salarial, mas contra o assédio moral, a falta de funcionários, o desrespeito descabido contra os trabalhadores. Toda essa revolta represada está sendo colocada para fora", acrescenta Raquel.
Jair Rosa (SPBancários) - 14/10/2008
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