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Desassossego: Da inutilidade de guerras e revoluções

A s guerras e as revoluções - há sempre uma ou outra em curso - chegam, na leitura dos seus efeitos, a causar não horror mas tédio.  Não é a crueldade de todos aqueles mortos e feridos, o sacrifício de todos os que morrem batendo-se, ou são mortos sem que se batam, que pesa duramente na alma: é a estupidez que sacrifica vidas e haveres a qualquer coisa inevitavelmente inútil. Todos os ideais e todas as ambições são um desvario de comadres homens.  Não há império que valha que por ele se parta uma boneca de criança.  Não há ideal que mereça o sacrifício de um comboio de lata.  Que império é útil ou que ideal profícuo? Fernando Pessoa - Livro do Desassossego

Cerebração: Gibran Kahlil Gibran

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Amai-vos...   Amai-vos um ao outro, mas não façais do amor um grilhão. Que haja, antes, um mar ondulante entre as praias de vossa alma. Enchei a taça um do outro, mas não bebais da mesma taça. Dai do vosso pão um ao outro, mas não comais do mesmo pedaço. Cantai e dançai juntos, e sede alegres, mas deixai

Insustentabilidade: 500 anos em 50, próximo futuro

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Os alertas dados pela ciência climática em 2010 E assim caminha o homo sapiens "O (ab)surdo não (h)ouve"  (Walter Franco) Por Fabiano Ávila De secas severas à liberação acelerada de metano na Sibéria, os maiores centros de pesquisa do planeta comprovaram que estamos diante de um momento crucial, mas infelizmente esse conhecimento não alcançou o público.   M uito se fala sobre o sensacionalismo da imprensa ao abordar as mudanças climáticas e como o aquecimento global seria fruto de paranóia coletiva e até uma invenção de lobistas das indústrias de tecnologia limpa. Porém, se formos olhar as publicações dos maiores centros de pesquisa climática ou dos mais renomados periódicos e revistas científicas percebemos que grande parte dos estudos mais alarmantes não chegaram a ganhar espaço na mídia. São documentos importantes e com credibilidade que, quem sabe, se fossem mais divulgados poderíamos ter uma maior pressão da sociedade para que a Conferência do Clima (COP

Saúde: OMS sugere taxação sobre movimentação financeira para evitar catástrofe

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  Despesas com saúde aumentam a pobreza e podem provocar uma catástrofe financeira E ainda há quem seja contra a Contribuição Social Para a Saúde "Mas o Rio de Janeiro continua lindo  de morrer" Por Carolina Pimentel A Organização Mundial da Saúde (OMS) constatou que 100 milhões de pessoas caem na pobreza a cada ano por causa de gastos com serviços de saúde. O dado consta em relatório da OMS, divulgado em 22/11, em Genebra. A organização recomenda que os governos criem uma cobertura universal ao atendimento à saúde e propõe aumentar a taxação sobre serviços e operações financeiras. De acordo com a OMS, cerca de 150 milhões de pessoas têm altos gastos em todo mundo, anualmente, com tratamento de saúde. Segundo a organização, 100 milhões de pessoas são levadas para a linha da pobreza, a cada ano, por causa de despesas com saúde . As dívidas decorrem, por exemplo, por causa de doenças crônicas que debilitam os pacientes. Segundo a organização, sem dinheiro para a

Mercado de Trabalho: O Desafio da Concorrência

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Há hoje no Brasil cerca de cinco milhões de estudantes universitários. A economia tem crescido lentamente nos últimos vinte e cinco anos, criando poucos empregos de qualidade. Numa época de inflação de diplomas, só os muito bem formados alcançam o sucesso profissional.  O Professor Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo, fundador da FACAMP e da UNICAMP, reconhecidamente um dos maiores economistas brasileiros, analisa a situação do mercado de trabalho.   Como está a situação do mercado de trabalho? LGB – Todos hoje têm consciência de que o mercado de trabalho está muito competitivo. Milhares de jovens profissionais saem todo ano em busca do primeiro emprego. E há poucos empregos de qualidade sendo oferecidos. Pode-se dizer que o vestibular para o mercado de trabalho é muito mais difícil do que o vestibular para a entrada no ensino superior? LGB – Sem nenhuma dúvida. Só os melhores entram com o pé direito no mercado de trabalho e têm perspectivas de êxito profissional. E não só

Jornalões em crise: Quércia também demite jornalistas que reclamam de más condições de trabalho

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Foto: O dono do DCI Do Portal Comunique-se O Diário Comércio Indústria & Serviços (DCI) demitiu, na última semana, quatro jornalistas de seu quadro de funcionários. Segundo uma fonte, a empresa já trabalhava com um número limitado de profissionais, mas não deu explicações claras para o corte. A suspeita é que os jornalistas tenham sido demitidos porque não aceitaram atuar como Pessoa Jurídica. Segundo a fonte, que preferiu que seu nome não fosse divulgado, o jornal também atrasou o pagamento dos jornalistas que sairam da empresa este ano, e teria constrangido os ex- funcionários para efetuar o pagamento.  “Eles fizeram com que os jornalistas assinassem um termo se comprometendo a não processar o jornal, condicionando o pagamento” , contou. O jornalista reclamou do baixo número de profissionais na Redação e disse que achava impossível que houvesse mais cortes, no entanto aconteceu.  “Não dá pra fazer os textos e corrigir direito, se dedicar. É impossível ter mais

Pause to Perfect Day

Lou Reed - Perfect Day Lou Reed , um desses muitos monstros sagrados do Rock, fará duas apresentações, neste final de semana, no Sesc Pinheiros.  O trabalho baseado no disco "Metal Machine Music" , de 1975, espelha fase mais experimental da carreira do artista.  Acompanhado de mais dois músicos, Reed deve apresentar 1h30 de "chiados, distorções e barulhos". A música não é apenas uma experiência agradável aos ouvidos. É bem mais que isto.  Os experimentalistas o sabem bem, e talvez por isso estejam, quase sempre, à frente de seu tempo.