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Moço lindo

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Moço lindo, desdentado, 30 anos da mais impura e fútil corrupção, tapado feito um petralha. (Euzinho, parafraseando Drummond) # Poemas

STF: Moça linda

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 Moça linda, bem tratada,  30 anos (*) da mais pura  e refinada educação,  burra como uma porta.   (Carlos Drummond de Andrade)  # Poemas (*) Esclarecimento: aos incautos navegantes de primeira viagem, este blog adverte que o nosso poetinha não era gay, tampouco estava a desdenhar nenhuma donzela.  Quando ele escreveu o poema (trecho acima), a "moça linda" completara 30 anos.  Hoje, ela tem 50, mas continua burra como uma porta.

O Universo de Ferreira Gullar

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UNIVERSO O que vi do universo até hoje foi pouco mas, se penso em quanto meço, posso dizer que foi muito. Sei, de ler, que o universo é de tais dimensões que a própria luz só o atravessa depois de bilhões e bilhões de anos, e que nele há multidões de galáxias e sóis que talvez já morreram, antes de chegar sua luz até nós. Deste modo, é correto dizer que o céu que ora espio é passado e que até pode ser que o universo que vejo já se tenha acabado. Mas, de fato, não vejo a não ser nas revistas de astronomias: o lampejo espantoso de infinitas constelações a brilhar num abismo espectral e difuso de gases e poeira estelar que me deixa confuso. E assim, assustado e mudo, bem menor que um ínfimo grão de poeira, contudo, sou capaz de apreender, no meu íntimo, essas incontáveis galáxias, esses espaços sem fim, essa treva e explosões de lava. Como tudo isso cabe em mim? O fato é que qualquer vasta nuvem prenhe de sóis já mortos ou futuros não possui consciência, esse obscuro fenônemo s

Futebol: No meio do caminho

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No meio do caminho tinha um furacão tinha um furacão no meio do caminho tinha um furacão no meio do caminho tinha um furacão Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas Nunca me esquecerei que no meio do caminho tem uma pedra tem uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tem uma pedra Pedras que cantam

Sobre o Desejo

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“Não são todos os dias que se encontra o que é feito  para lhe dar a imagem exata do seu desejo”    (Lacan, Seminário, I, 163) Por Roland Barthes E ncontro pela vida milhões de corpos; desses milhões posso desejar centenas; mas dessas centenas, amo apenas um. O outro pelo qual estou apaixonado me designa a especialidade do meu desejo.  Foram precisos muitos acasos, muitas coincidências surpreendentes (e talvez muitas procuras), para que eu encontrasse a Imagem que, entre mil, convém ao meu desejo. Eis um grande enigma do qual nunca terei a solução: Por que desejo Esse? Por que o desejo por tanto tempo, languidamente? É ele inteiro que desejo (uma silhueta, uma forma, uma aparência)? Ou é apenas uma parte desse corpo? E nesse caso, o que, nesse corpo amado, tem tendência de fetiche em mim?  Que porção, talvez incrivelmente pequena, que acidente? O corte de uma unha, um dente um pouquinho quebrado obliquamente, uma mecha, uma maneira de fumar afastando os dedos para falar? De