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Mostrando postagens com o rótulo crise do euro

Times: O Declínio e a Queda da Grécia

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Grécia: Ó, deuses! O plano de austeridade evitou o calote grego, mas o cotidiano dos cidadãos segue num transe coletivo recheado de humor negro Por Russell Shorto (*) N uma taberna com paredes de tijolos em Atenas, durante um almoço de salada e charutos de folhas de uva, Aris Hadjigeorgiou não parava de falar sobre a situação calamitosa de sua cidade e seu país, com comentários que apenas um jornalista veterano conseguiria fazer. Ele explicou as maneiras insidiosas com que os ocupantes dos altos escalões da mídia grega estavam intimamente vinculados com a estrutura política, o que impedia reportagens sobre as falcatruas financeiras e também eliminava qualquer esperança de uma resolução da crise .  E observou algumas pequenas coisas, como os panfletos nos vidros dos carros com anúncios de empresas de mudanças: sinais literais de como a crise econômica vinha afetando Atenas, com as pessoas buscando vias de escape fora do país ou no campo. Perguntei como a crise o afetava pessoalme

Financial Times: O velho está a morrer e o novo não consegue nascer

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A livre concorrência das ideias Deng Xiaoping dava o tom: "ficar rico é glorioso" Reagan, ou Thatcher, ou Soros, ou Eike não teriam dito melhor. O aumento das desigualdades é o resultado das ações engendradas pelo liberalismo. Por Gideon Rachman (*) E nquanto a crise financeira continua a fustigar o Ocidente, a ideologia dominante do liberalismo triunfante de mercado livre colapsa. Mas quais são as novas tendências políticas que estão a aparecer? Conseguirão vingar? “O velho está a morrer e o novo não consegue nascer: neste interregno aparece uma enorme variedade de sintomas mórbidos.” Quando eu andava na universidade, na década de 1980, esta era a frase dos Cadernos de Prisão do comunista italiano Antonio Gramsci preferida pelos estudantes marxistas. Naquela altura, parecia-me um enorme absurdo. Mas a frase de Gramsci volta a ouvir-se agora – numa era de confusão ideológica. As velhas certezas sobre a marcha dos mercados estão a desabar. Mas nenhuma teoria nova estab

Bancos: Contra todas as regras

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Quem comete erros, sofre as consequências. Desde o início da crise, faz agora cinco anos, esta regra básica da economia de mercado tem sido desrespeitada, lamenta o jornal Zeit. "Os dirigentes políticos vão ter de escolher  entre valores morais e prosperidade" Por  Mark Schieritz Q uem se der hoje ao trabalho de navegar pelos fóruns da Internet dedicados à crise econômica fará uma descoberta interessante: não são os montantes astronômicos injetados no mercado, nem os diversos fundos de apoio criados que provocam mal-estar, mas a identidade dos destinatários desse dinheiro.  Os banqueiros , que encheram os bolsos durante imenso tempo e que hoje entram na falência.  Os Estados , que viveram acima das suas capacidades e que não conseguem obter dinheiro novo.  Os proprietários , que contraíram demasiados créditos e agora não são capazes de garantir o serviço das suas dívidas. Em vez de serem punidos, estes desvios de comportamento são recompensados – e é a isso que

Euro: Como explicar a crise às crianças

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Fotograma de "Os três porquinhos", de Walt Disney (1933) “Papai, o que é a crise?”  Em vez de referir termos como taxas de interesse e dívida pública, para responder, um economista sugere que se compare com o célebre conto dos Três Porquinhos e do Lobo Mau. Por Giovanni Majnoni A s crises surpreendem-nos sempre. Talvez o mais surpreendente seja, porém, a semelhança dos comportamentos na sua origem. Repetem-se tantas vezes que a sabedoria popular preservou esse processo sob a forma de fábulas e contos. Se voltássemos a ler com os nossos óculos do presente o célebre conto dos Três porquinhos, encontraríamos as razões por trás da crise do euro: seria, em suma, a crise euro contada às crianças. O conto apresenta uma metáfora evidente da crise – o lobo mau – e das suas causas – o comportamento dos três little pigs [PIGS, “porcos” mas também acrônimo de Portugal, Itália, Grécia, Espanha, os países menos virtuosos da zona euro]. Mas está repleto de aspectos sutis e a sua moral

Economia: O Brasil está preparado para enfrentar a crise?

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Sobre os juros estratosféricos praticados no Brasil: Foto: Roberto Requião - Senador PMDB/PR "Estão a tratar com homeopatia uma doença que precisa de medicamentos fortes” Poucas horas depois do anúncio das maiores quedas de bolsas de valores dos últimos meses - mais de 8% no Brasil e de 5% nos Estados Unidos - dois representantes da equipe econômica do governo malograram na tentativa de demonstrar, em audiência pública no Senado, que o país estaria "atento aos riscos da crise internacional" . Não está, pois o diagnóstico feito é equivocado, e a profilaxia é homeopática. Em debate sobre a situação do sistema financeiro mundial, na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE), ambos apontaram como fator determinante para  uma "economia brasileira excessivamente bem preparada” o aumento das exportações [commodities] e o [super]dimensionamento das reservas internacionais. A dimensão da crise atual , porém, foi ressaltada pelo diplomata Paulo Ro

Eurozona: A aliança entre bancos e governos está no centro da crise, diz Nobel de Economia

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"A irresponsabilidade dos bancos europeus contribuiu para a atual crise do euro.  Em seu cerne, porém, está um conluio fatal entre governos e bancos" ( Edmund Phelps - Economista) Do Deutsche Welle E dmund Phelps é professor de Economia Política da Universidade de Columbia, em Nova York, e diretor do Centro sobre Capitalismo e Sociedade. Em entrevista à Deutsche Welle, o vencedor de 2006 do Prêmio de Ciências Econômicas – conhecido como Nobel de Economia – acredita na continuidade da zona do euro, apesar dos problemas. Ele também alerta que o Reino Unido pode ter saltado "da frigideira para o fogo", ao não querer contribuir para a ajuda aos países endividados. Phelps considera que Angela Merkel, chanceler federal da Alemanha, maior economia da Europa, vem "conduzindo bem a saída para a crise". Deutsche Welle: Houve críticas sobre a cúpula da União Europeia na semana passada, por esta não ter focado suficientemente a crise imediata. Foi dito também

Tariq Ali: Essa esquerda que a direita tanto gosta não é tão esquerda assim

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Tariq Ali na Sala dos Jacarandás , do Memória do RS H istoriador, ativista, produtor de cinema e escritor, Tariq Ali, diferentemente de velhos "conservadores-reformistas" (mais conservadores que reformistas, propriamente dito) que desfilam suas verves carcomidas em revistas, sites e blogs dito "progressistas" , é um autêntico ativista de esquerda [em seu sentido lato] crítico das políticas econômicas, e muitas vezes, da religião e da cultura mundial. "Tariq Ali foi uma das principais figuras da esquerda internacional desde os anos 60. Escreve para o Guardian desde os anos 70, sendo editor de longa data da New Left Review e um comentarista político publicado em todos os continentes. Também é autor do livro A Síndrome de Obama " (The Guardian) Segundo Tariq, estamos vivendo em uma época empolgante em nível global.  “Pela primeira vez em 20 e 30 anos é possível ver na Europa um desenvolvimento surpreendente onde os banqueiros decidiram que não pode

PIIGS: Euro à beira de um colapso

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Megaespeculadores criticam crise fiscal europeia Europe: No, We can't ... Good! "Se a Europa não assumir o controle de seus bancos, ela terá algo pior que uma década perdida" (George Soros) A hipótese de um colapso do euro está longe de ser algo impensável, destacou nesta quinta-feira (24) o megaespeculador Warren Buffett , em entrevista à CNBC.  A visão de Buffett reflete o mais novo capítulo na crise fiscal europeia, que voltou ao radar do mercado nesta semana, após ter sido ofuscada pelos conflitos no norte da África e no Oriente Médio, bem como a crise nuclear no Japão. Desta vez, os olhos se voltam para a economia portuguesa .  Com a dívida soberana comprometendo boa parte do PIB (Produto Interno Bruto) de Portugal, o parlamento do país tentou sem sucesso nesta semana aprovar um plano de ajuste para estabilizar a economia. O veto do projeto custou a renúncia do primeiro-ministro português, José Sócrates, fazendo com que os riscos fiscais aumentassem, disse n