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Mostrando postagens de dezembro 29, 2008

A Coisa e a Lei

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VI - DA LEI MORAL "Nem tudo que é moral, necessariamente está legal. Mas tudo que é legal deveria ser, obrigatoriamente, moral" (Dalmo de Abreu Dallari - Jurista) Mandemos entrar o simplório, façamo-lo sentar-se na primeira fila e perguntemos a ele o que Lacan quer dizer. O simplório levanta-se, vem ao quadro e explica - Lacan nos fala desde o início do ano de das Ding nos seguintes termos - ele o coloca no âmago de um mundo subjetivo que é aquele cuja economia, segundo Freud, ele nos descreve há anos. Esse mundo subjetivo define assim - o significante, misturando suas referências com as possibilidades de orientação que seu funcionamento de organismo natural de ser vivo lhe confere. (...) Entendam bem isto - Kant convida-nos, quando consideramos a máxima que regula nossa ação, a considerá-la por um instante como a lei de uma natureza na qual seríamos convocados a viver. E esse, parece-lhe, o aparelho que nos fará repelir com horror essa ou aquela das máximas às qu

Prossegue a saga insana

Inside story- Israeli violence in Gaza - 28 Dec 08 - Part 2 A Prof Maria Aparecida de Aquino Analisa as questões do oriente médio A propósito de mais um genocídio cometido pelo insano governo israelita leia o que pensa a respeito o mundialmente respeitado escritor português José Saramago a Carta Maior: JOSÉ SARAMAGO Gaza e os vestígios de um deus rancoroso e feroz Desde o dia 9 de dezembro os caminhões da agência das Nações Unidas, carregados de alimentos, aguardam que o exército israelense lhes permita a entrada na faixa de Gaza, uma autorização uma vez mais negada ou que será retardada até ao último desespero e à última exasperação dos palestinos famintos. Nações Unidas? Unidas? José Saramago A sigla ONU, toda a gente o sabe, significa Organização das Nações Unidas, isto é, à luz da realidade, nada ou muito pouco. Que o digam os palestinos de Gaza a quem se lhes estão esgotando os alimentos, ou que se esgotaram já, porque assim o impôs o bloqueio israelense, decidido, pelos vistos, a

Uma pausa para a contemplação da 1º arte

Marisa Monte, Paulinho da Viola e Raphael Rabello

Sobre o Desejo

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“Não são todos os dias que se encontra o que é feito  para lhe dar a imagem exata do seu desejo”    (Lacan, Seminário, I, 163) Por Roland Barthes E ncontro pela vida milhões de corpos; desses milhões posso desejar centenas; mas dessas centenas, amo apenas um. O outro pelo qual estou apaixonado me designa a especialidade do meu desejo.  Foram precisos muitos acasos, muitas coincidências surpreendentes (e talvez muitas procuras), para que eu encontrasse a Imagem que, entre mil, convém ao meu desejo. Eis um grande enigma do qual nunca terei a solução: Por que desejo Esse? Por que o desejo por tanto tempo, languidamente? É ele inteiro que desejo (uma silhueta, uma forma, uma aparência)? Ou é apenas uma parte desse corpo? E nesse caso, o que, nesse corpo amado, tem tendência de fetiche em mim?  Que porção, talvez incrivelmente pequena, que acidente? O corte de uma unha, um dente um pouquinho quebrado obliquamente, uma mecha, uma maneira de fumar afastando os dedos para falar? De

Voltaire: A Serpente da Inveja

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D essa maneira exibia Zadig, todos os dias, a finura de sua índole e a bondade de sua alma; era admirado e amado. Era tido como o mais afortunado dos homens; seu nome corria todo o império;todas as mulheres se extasiavam diante dele; todos os cidadãos lhe celebravam a justiça; os sábios o consideravam um oráculo; os próprios sacerdotes admitiam que ele sabia mais que o velho arquimago Yebor. Longe se estava agora de processá-lo por causa dos grifos; só se acreditava naquilo que ele julgava crível. Havia em Babilônia uma grande discussão, a qual, tendo iniciado fazia 1.500 anos , ainda dividia o império em duas seitas irreconciliáveis: pretendia uma que nunca se deveria entrar no Templo de Mitra a não ser com o pé esquerdo; detestava a outra tal hábito, e só entrava com o pé direito. Estava o universo com os olhos fixos nos dois pés, e toda a cidade agitada e suspensa. Zadig entrou no templo saltando de pés juntos, e depois provou, numa eloquente oração, que ao Deus do céu e da Te